segunda-feira, 30 de setembro de 2013

CRESCIMENTO: MARGEM DE ERRO DE MANTEGA, POR ENQUANTO, É DE 1,5 PONTO PARA MENOS..... MÃE DINAH TERIA FEITO MELHOR, ESTOU CERTO DISSO

Em novembro do ano passado, durante a 32ª reunião do Fórum Nacional da Indústria, em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, previu que a economia brasileira cresceria 4% neste ano. Neste segunda, o Banco Central resolveu ajustar suas estimativas à realidade e afirmou que deve ser, no máximo, de 2,5%. Que se note: não aconteceu nada de extraordinário, nada que estivesse fora do radar de um analista — ou de um governante — prudente. Se o BC não está chutando alto demais, há quem diga que sim, Mantega errou em imodesto 1,5 ponto. É uma pena que a margem de erro foi para menos, não? Imaginem como seria bom a gente ter um ministro da Fazenda do tipo pessimista: prometeria 4% de crescimento e entregaria 5,5%… Mas esse tipo de gente, a política brasileira ainda não produziu. Mesmo essa hipótese seria temerária: o país não teria infraestrutura para crescer isso tudo. Assim, o otimista e errado Mantega ao menos nos protege do colapso que seria produzido pela incompetência do próprio governo — um verdadeiro herói. Não sei se alguém andou consultando a Mãe Dinah no fim do ano passado. Se o fez, estou certo de que ouviu uma projeção mais realista. Leiam texto na VEJA.com.

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O Banco Central reduziu nesta segunda-feira, por meio de seu Relatório Trimestral de Inflação, a previsão de crescimento da economia brasileira em 2013 para 2,5%. O relatório anterior da autoridade monetária projetava alta de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ao final deste ano. Ao justificar sua decisão, o BC lembrou que o PIB registrou expansão de 1,5% no segundo trimestre deste ano, acima das previsões de analistas, mas afirma que indicadores como a produção industrial e a confiança de empresários mostram que a economia deve registrar desaceleração no terceiro trimestre. Contudo, a autoridade monetária prevê uma retomada no ritmo do crescimento nos três últimos meses deste ano. Apesar de detectar menor ritmo da atividade econômica, a autoridade monetária destacou que houve aceleração sobre 2012 e que o “cenário central contempla ritmo de atividade doméstica mais intenso neste e no próximo ano, ou seja, uma trajetória de crescimento, no horizonte relevante para a política monetária, mais alinhada com o crescimento potencial”. O BC também avalia que o governo da presidente Dilma Rousseff vai entregar, no final de 2013, uma inflação próxima da que foi verificada em 2012. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o final do ano recuou de 6% para 5,8%, no cenário de referência. Em 2012, segundo ano do governo Dilma, o IPCA fechou em 5,84% e em 6,5% em 2011, no primeiro ano do seu mandato. Ao longo de 2013, o presidente do BC, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeram em várias ocasiões uma inflação menor em 2013 do que em 2012. A queda da inflação este ano também foi uma promessa da presidente Dilma.
Expectativas
Mesmo com o recuo, a estimativa do IPCA ao final deste ano está ainda muito distante do centro da meta de inflação estabelecida pelo próprio governo, de 4,5%. Pelas novas projeções do BC, o IPCA no último ano do governo da presidente Dilma, em 2014, permanecerá ainda em patamares elevados, em 5,7%, acima da estimativa anterior, de 5,4%. Para o IPCA acumulado em 12 meses até o terceiro trimestre de 2015, já no próximo governo, o BC projeta uma inflação de 5,5%. “Em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária”, afirma o BC. Em agosto, o IPCA fechou em 0,24%, após registrar alta de 0,03% em julho. Em 12 meses até o mês passado, o índice de inflação oficial desacelerou para 6,09%. “Nos próximos meses, a evolução dos índices de preços ao consumidor deverá refletir, de um lado, o efeito da recente depreciação cambial, e de outro, o efeito base da progressiva eliminação do impacto das elevadas taxas mensais de inflação no segundo semestre de 2012″, diz o documento. Por Reinaldo Azevedo

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