quarta-feira, 7 de agosto de 2013

ROBÔ CURIOSITY COMPLETA UM ANO EM MARTE

O robô Curiosity completou, nesta terça-feira, um ano de exploração em Marte. O veículo, que pesa cerca de uma tonelada, coletou e enviou à Terra informações importantes sobre o planeta, ajudando a abrir caminho para uma viagem tripulada a Marte, que está nos planos da Nasa para 2030. De acordo com a agência espacial americana, a sonda atingiu seu principal objetivo: fornecer evidências de que o planeta já teve condições para sustentar a vida. "Os êxitos do Curiosity — o pouso dramático um ano atrás e as descobertas científicas desde então — nos fazem avançar para novas explorações, inclusive com o envio de humanos para um asteróide e para Marte", disse o administrador da Nasa, Charles Bolden. "As marcas de pneus vão abrir o caminho para as marcas de botas no futuro", completou. Em um ano na supercífície de Marte... o robô já enviou mais de 190 Gigabytes de dados à Terra, o equivalente ao espaço de armazenamento de mais de 40 DVDs; a sonda obteve mais de 36.700 imagens completas e 35.000 em miniatura; foram disparados mais de 75.000 jatos de laser, em 2.000 alvos diferentes; já percorreu um 1,6 quilômetro. Um ano atrás, após oito meses de viagem interplanetária, o grande desafio era fazer com que o robô vencesse a complicada sequência de pouso na superfície do planeta, batizada pelos engenheiros da Nasa com o nada otimista nome de "sete minutos de terror". Felizmente, tudo ocorreu conforme o planejamento. Um gigantesco paraquedas foi ativado quando a cápsula estava a cerca de 11.000 metros de altura para frear a descida — meses mais tarde, o paraquedas foi observado sendo movido pelo vento marciano. A aproximadamente 20 metros do solo, um guindaste desceu o Curiosity, que abriu seis "patas" com rodas e iniciou a exploração de Marte. "Cratera Gale, aqui estou", foi a primeira mensagem enviada pelo robô, a 248 milhões de quilômetros de distância, em uma missão com um orçamento de 2,5 bilhões de dólares (equivalente a 5,8 bilhões de reais). A natureza complexa do pouso demonstrou que é possível transportar com sucesso cargas maiores até o planeta - algo que é visto como um dos maiores desafios tecnológicos de uma missão tripulada. Em 12 meses, o robô descobriu um antigo leito de curso de água e recolheu amostras de solo e atmosfera suficientes para que os cientistas concluíssem que possa ter havido vida em Marte há bilhões de anos. A sonda mediu os níveis de radiação natural durante a viagem até Marte e em sua superfície, o que vai ajudar no planejamento de futuras missões tripuladas ao planeta. Depois de percorrer 1,6 quilômetro, o próximo destino do Curiosity é o Monte Sharp, uma montanha com cerca de cinco quilômetros e meio de altura, formada por camadas de sedimentos, onde a Nasa espera encontrar mais pistas sobre a composição do planeta vermelho. Os pesquisadores são otimistas, e afirmam que há possibilidades de que a sonda encontre sinais definitivos da existência anterior de vida em Marte no próximo ano. Apesar disso, Michael Meyer, cientista-chefe do Programa de Exploração Marte da Nasa, afirma que uma confirmação em relação à vida no planeta vermelho exigiria outra missão. A Nasa planeja enviar um segundo veículo-robô a Marte em 2020, o "Curiosity 2". Enquanto isso, o robô euro-russo ExoMars, um veículo que também buscará evidências de vida marciana, tem lançamento previsto para 2018.

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