quarta-feira, 7 de agosto de 2013

PRESIDENTE DO TSE QUER SUSPENDER FORNECIMENTO DE DADOS AO SERASA

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Cármen Lúcia, quer a suspensão do acordo que permite o fornecimento de dados de todos os eleitores brasileiros à empresa privada de proteção ao crédito Serasa Experian. A ministra quer que o assunto seja discutido pelo plenário da corte antes que mais dados sejam trocados. De acordo com Cármen Lúcia, o assunto deve ser discutido por todos os integrantes do tribunal porque “o cadastro fica sob a responsabilidade da Corregedoria-Geral, mas é patrimônio do povo brasileiro”. O acordo entre o TSE e a Serasa foi assinado pela então corregedora-geral de Justiça, Nancy Andrighi, e foi mantido pela atual corregedora, Laurita Vaz. De acordo com as regras internas do Tribunal Superior Eleitoral, a Corregedoria tem autonomia sobre os dados dos eleitores e, por isso, o assunto não foi levado ao conhecimento dos outros ministros. Segundo o acordo publicado no Diário Oficial da União do dia 23 de julho, a Corregedoria do TSE entrega para a empresa privada os nomes dos eleitores, número e situação da inscrição eleitoral, além de informações sobre eventuais óbitos. A troca também prevê confirmação do nome da mãe dos cidadãos e da data de nascimento para evitar que o Serasa confunda pessoas com o mesmo nome. A contrapartida do Serasa no acordo é fornecer certificados digitais ao Tribunal Superior Eleitoral, que permitem consulta identificada em processos por pessoas previamente cadastradas. O contrato publicado no Diário Oficial prevê fornecimento de mil certificados nos cinco anos de acordo, mas representantes do TSE informam que, na verdade, seriam 5 mil certificados, um para cada ano de acordo. A medida já está em vigor e afeta praticamente todos os cidadãos com registro eleitoral, que hoje são cerca de 141 milhões. Ao pedir a suspensão do acordo, Cármen Lúcia propôs à atual corregedora um estudo mais criterioso sobre a proposta e posterior discussão do tema pelo plenário do Tribunal Superior Eleitoral. A presidente ainda ponderou que o TSE tem que vir a público informar o que aconteceu aos cidadãos e os cuidados que estão sendo tomados para proteger dados privados e sigilosos. “Isso certamente será feito pela corregedora-geral, que é a responsável pela cadastro dos eleitores. A ministra Cármen Lúcia disse que o fornecimento de informações sobre eleitores brasileiros a uma empresa privada é inaceitável.

Um comentário:

Enio Santos de Freitas disse...

1) Os dados pessoais dos eleitores não são do TSE. Ele é um mero guardião dos mesmos. Ou era...
2) Que benefício (contrapartida) receberia o TSE? Compensaria?
3) A Empresa privada incorporaria bem valioso (o acesso, ainda que pontual, a um dos maiores bancos de dados pessoais do país, se não o maior) ao seu ativo.

Penso que o detentor, seja quem for, de dados pessoais somente pode passar a terceiros se devida e previamente autorizado.

Tenho 57 anos de idade. Já cheguei a uma conclusão: “Nenhum brasileiro esclarecido, diante do que já aconteceu neste país desde 22/04/1500, tem o direito de ficar chocado com o Brasil.”