quarta-feira, 21 de agosto de 2013

MINISTÉRIO PÚBLICO FAZ OPERAÇÃO, RESULTADO DE DELAÇÃO PREMIADA, PARA DESCOBRIR QUEM PAGOU OS BONECOS DE FORTUNATI DURANTE A CAMPANHA ELEITORAL EM 2012

O Ministério Público do Rio Grande do Sul realizou uma nova operação de busca e apreensão nesta terça-feira, em busca de documentos e informações sobre os R$ 463 mil pagos pela Procempa para marcenaria, à procura de provas de que os valores  foram destinados à campanha eleitoral do prefeito José Fortunati na campanha eleitoral de 2012, para a feitura dos bonecos chamados de "Fortunatão" (ver na foto, junto com o marqueteiro Marcos Martinelli). Agentes do Gaeco cumpriram mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira em um escritório de contador e na marcenaria encarregada de confeccionar os "Fortunatões". Quatro notas da AMG Marcenaria, no valor total de de R$ 463,4 mil, são alvo da apuração. Apesar de as notas registrarem serviços como mobiliário para o Centro Integrado de Comando de Porto Alegre (Ceic), há indícios de que o principal trabalho realizado pela marcenaria foi o de confecção de cavaletes para propaganda política. O Ministério Público do Rio Grande do Sul está agindo a partir das informações prestadas na delação premiada pela ex-diretora administrativa e financeira da Procempa, Giorgia Ferreira, que foi "amiga íntima" de Claudio Antonio Manfrói, o vice-proprietário do PTB no Estado (ele era membro do Conselho Fiscal da Procempa). O pedido de buscas foi apresentando na Justiça pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, que conduz investigação criminal sobre irregularidades e fraude na Procempa. Claudio Antonio Manfrói foi preso na semana passada, assim como é o ex-presidente da Procempa, André Imar Kulczynski. Essa questão da Procempa só se agrava a cada dia que passa, e o conteúdo conhecido até agora permite que se especule até sobre a possibilidade de impeachment do prefeito José Fortunati (PDT), ou sua condenação judicial e inabilitação eleitoral, pela Lei da Ficha Limpa. Agora aparecem também as declarações de irregularidades na Procempa apontadas por Ayrton Gomes Fernandes, ex-gerente financeiro da empresa. Ele foi apontado na sindicância montada por Fortunati como o grande bode expiatório na Procempa. Mas, Ayrton Gomes Fernandes, funcionário de carreira da estatal municipal, alega que todos os pagamentos feitos por ele tiveram ordem superior. E mais do que isso, ele diz, na sua defesa, que a Procempa não tinha procedimento padrão no trâmite de pedidos de serviços e de pagamentos. E, assim como a ex-diretora Giorgia Ferreira, que fez delação premiada com o Ministério Público, ele começa a jogar papelório para mostrar o envolvimento de altas autoridades municipais. Para começar, sobre direto para José Fortunati, de quando era secretário de Planejamento. Ayrton Gomes Fernandes mostrou documentos comprovando que Fortunati pediu que a Procempa pagasse por eventos de sua secretaria, no governo de José Fogaça. Ou seja, fica comprovado que Fortunati sabia que a Procempa era usada para pagamentos de eventos e outros gastos de outros órgãos do governo. Mais, também aparecem pedidos feitos pelo secretário municipal de Governança, Cezar Busato (PMDB). Ou seja, é outro que usava a Procempa para pagar gastos de sua secretaria. Busato, aliás, tem mais envolvimentos, porque está casado com Miriam, militante do MR8, proprietária da empresa Criasom. Como uma mulher de secretário não pode receber recursos da prefeitura, então armaram uma triangulação para a Criasom da Miriam receber pela sonorização de eventos: uma sobrinha de Claudio Manfrói, com cargo na Procempa, providenciava notas fiscais pela empresa de seu marido. As notas e requisições de serviços apresentadas por Ayrton Gomes Fernandes referem-se ao ano de 2007, mas deve haver outras de anos posteriores. Fica muito evidente que está se aproximando aceleradamente de José Fortunati a possibilidade de processo de impeachment.

Nenhum comentário: