domingo, 25 de agosto de 2013

MÉDICO CUBANO DIZ QUE "MEDICINA É IGUAL EM TODO LUGAR, SÓ MUDA O ENDEREÇO"

Há 13 anos no Brasil, o médico cubano Alejandro Santiago Benitez Marin, de 51 anos, diz não ter sentido dificuldades para clinicar no País. O epidemiologista, que atende pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Bom Jesus (SC), acredita que os colegas, que chegam por meio do convênio do Mais Médicos, não terão dificuldades de se adaptar e que não há problemas em receitar medicamentos ou fazer diagnósticos em outra língua. “Em dois meses, eu já entendia perfeitamente tudo. As diferenças são culturais, mas eu gosto do Brasil e fiquei aqui por isso. Fazer medicina é igual em todo o lugar, só muda o endereço”, afirmou ele. Quando deixou Havana, em 2000, em um programa de parceria entre os dois governos para desenvolvimento da medicina comunitária no interior de Santa Catarina, tinha que pagar 50% do salário para a embaixada de Cuba. Abandonou o sistema dois anos depois e teve o contrato cancelado, sendo impedido, agora, de retornar a Cuba, diz. Marin não é contra o programa Mais Médicos, mas critica a forma como o governo brasileiro fará o pagamento aos compatriotas. Pelo acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana de Saúde (Opas, entidade bolivariana, que executa a política do Foro de São Paulo) para contratar 4 mil médicos cubanos, o governo brasileiro pagará à Opas o valor equivalente à remuneração dos demais profissionais de outras nações - R$ 10 mil - e a organização repassará esse dinheiro a Cuba. O Brasil não sabe quanto dos R$ 10 mil ficará com os médicos e quanto irá para o governo cubano.“Eu não sou contra que eles venham, não. Os médicos cubanos são muito bons, nossa medicina é a melhor do mundo. Só não concordo com a forma como o governo quer pagar, repassando o dinheiro para Cuba e Cuba vai decidir a quantia que vai repassar. Isso não tem cabimento”, afirma Marin.

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