domingo, 25 de agosto de 2013

EX-ALUNO DA UnB DIZ QUE MINISTÉRIO DO EXÉRCITO FOI LOCAL DE TORTURA DURANTE A DITADURA

Distante pouco mais de 500 metros do Palácio do Planalto, o Ministério do Exército foi utilizado como centro de detenção e de tortura durante a ditadura militar. A informação é do ex-aluno da Universidade de Brasília (UnB), Hélio Doyle. Ele prestou  depoimento na sexta-feira à Comissão da Memória e Verdade da UnB, com o também ex-aluno Álvaro Lins. Ambos participaram do movimento estudantil nos anos 1960 e 1970. "Fui preso duas vezes e levado para a Polícia Federal e de lá encaminhado ao Setor Militar Urbano (SMU) onde funcionava o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). Em outra prisão fui levado para o Ministério do Exército e me colocaram em uma sala com isolamento acústico. Eles tinham me levado com outros militantes. O erro foi que eles não nos encapuzaram e eu pude saber exatamente onde eu estava. Um sintoma de que o lugar era usado para interrogar e torturar os militantes políticos é que você tinha ali salas com isolamento", disse Doyle, formado em jornalismo pela UnB e que integrava a Ala Vermelha, dissidência do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) que promoveu a aventura terrorista denominada Guerrilha do Araguaia. Doyle não forneceu nenhuma prova, apenas suposições. "Nós colhemos depoimentos de três jornalistas que também disseram que foram levados para a Esplanada e que ficaram na garagem do Ministério da Marinha", disse. Um deles, Romário Schetino já foi ouvido pela comissão. Álvaro Lins contou à Comissão da Verdade que sofreu perseguição da reitoria por sua militância no movimento estudantil, especialmente do ex-reitor da UnB, José Carlos de Almeida Azevedo.

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