sábado, 6 de julho de 2013

SNOWDEN É UM TIPINHO-À-TOA, UM VIGARISTAZINHO DO HEROÍSMO INSTANTÂNEO

“A Venezuela ofereceu asilo político e a Nicarágua afirmou que também poderia conceder a Edward Snowden condições de ficar no país. As ofertas vieram depois que o WikiLeaks anunciou que o ex-consultor da Agência de Segurança Nacional americana havia apresentado pedidos de asilo a mais seis países. O site não especificou a quais países a solicitação foi feita alegando temor de “uma tentativa de ingerência dos Estados Unidos”. Snowden é acusado de espionagem pelas autoridades americanas, que querem seu retorno aos EUA para que ele seja julgado. O ex-consultor admitiu ter vazado informações sobre programas secretos de vigilância do governo Obama para a imprensa. Bem feito! Venezuela ou Nicarágua, os dois países estão de bom tamanho para essa figura deprimente. Ele merece o país do Bigodudo ou do Orelhudo. A exemplo do delinquente Julian Assange, Snowden não é o meu herói.  Todos sabem o que penso sobre o governo Obama. Também nesse caso, reivindico os primeiros lugares na fila da crítica. O tipo nunca me enganou. O arquivo está aí. Jamais achei que conseguiria fazer o que dizia que faria. Mobilizou, ainda que com seu jeito caroável, sentimentos verdadeiramente persecutórios contra a oposição. E seu governo a perseguiu de fato. Eu o considero um desastre em política internacional. Snowden, sem dúvida, ajudou a desfazer o mito. Mas não me peçam para simpatizar com um tipinho à-toa. Para ele, uma definição à moda Nelson Rodrigues: “Namorava uma dançarina de pole dance!” Tsc, tsc, tsc… Espião que revela seus segredos alegando, sei lá, amor pelos direitos civis é um vigarista. Quem entra nessa profissão tem o compromisso do sigilo. E fim de papo. No dia em que começarmos a nos encantar — e já começamos — com tipos como ele e Julian Assange, estaremos todos mais vulneráveis, à mercê da ação de terroristas. Estes, afinal, nunca são tomados de supostos pruridos éticos. A sua única ética é não ter ética nenhuma. “Mas Snowden não fez um bem ao revelar o que sabe?” No sentido de, digamos assim, dar a devida estatura a Barack Obama, sim! Mas o cara é um traidor do seu país. Isso, meus caros, compõe um perfil. Eu não compraria um carro usado dele. E vocês? Eu não faria com ele nenhum acordo de cooperação mútua que dependesse de ele cumprir a palavra empenhada. Vocês fariam? O fato de que certos tipos ajudem a tornar mais claro o mundo em que vivemos não os torna seres morais, apreciáveis, aceitáveis. Sei lá se o cara era ou não um agente infiltrado ou algo assim. Se querem saber, nem acho. Talvez seja só um vigaristazinho — lá vou eu psicologizar um pouco —, cansado de ser sexualmente humilhado pela namorada acrobata, em busca de alguma emoção forte. Aquele arzinho meio quebradiço, de rapazola mimado… Pô! Os serviços de Inteligência dos Estados Unidos têm de ser um pouco mais profundos e começar a acreditar na primeira impressão. Venezuela, Equador, Bolívia, Nicarágua… É tudo o que eu desejo para esses espiões arrependidos. Por Reinaldo Azevedo

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