terça-feira, 23 de julho de 2013

MORRE O CANTOR E SANFONEIRO DOMINGUINHOS, AOS 72 ANOS

O Brasil perdeu um de seus maiores músicos. Dominguinhos morreu às 18h desta terça-feira aos 72 anos no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O cantor, que estava internado desde 13 de janeiro, voltou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na segunda-feira. Ele lutava há seis anos contra um câncer de pulmão. Segundo o hospital, Dominguinhos morreu em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas. No dia 15 de março de 2013, o filho mais velho do primeiro casamento do sanfoneiro disse que o pai estava com um quadro irreversível de coma, que estaria encaminhando para o estado vegetativo. Mauro da Silva Moraes disse que os médicos informaram para a família no dia 25 de fevereiro do mesmo ano que o compositor não deveria mais acordar e que o coma não tinha mais volta. "Eu perguntei se ele ia acordar e ele me disse que não, que o quadro do meu pai estava caminhando para um coma vegetativo”, lamentou o filho. “É triste saber que os admiradores não sabem o verdadeiro estado de saúde dele", disse Mauro, o primeiro a falar sobre a situação do pai, três meses após a contatação dos médicos. "As pessoas pensavam que ele estava melhorando. O marcapasso foi retirado, um dos rins está funcionando, mas ele não tem reação alguma. Faz alguns movimentos, como apertar a mão, mas os médicos disseram que é involuntário”, contou. “Oro todo dia para ele acordar. Milagres existem”. Entre o meio do mês de dezembro e o começo de janeiro de 2012, Dominguinhos ficou internado para tratar de uma infecção respiratória e uma arritmia cardíaca no Hospital Santa Joana, em Recife. O instrumentista, que era portador de diabetes e lutava contra um câncer de pulmão há cerca de seis anos, chegou a ficar sedado e respirando com a ajuda de aparelhos. O menino que começou a tocar sanfona aos seis anos de idade e ficou mais conhecido como Dominguinhos, nasceu José Domingos de Morais em 12 de fevereiro de 1941, em Garanhuns, no agreste de Pernambuco. Juntamente com mais dois irmãos, formaram "Os Três Pinguins", que tocavam em feiras livres e portas de hotéis do interior pernambucano. Neste perído, ainda apelidado de Neném, conheceu Luiz Gonzaga aos oito anos, na porta de um hotel em que este se apresentava. Gonzagão então se tornou o seu padrinho artístico, dando-lhe uma sanfona e sugerindo o nome que ficou levou para o resto da vida junto com o reconhecimento de sanfoneiro mais importante do País. Cantor, compositor, instrumentista e sanfoneiro, Dominguinhos se mudou para o Rio de Janeiro em 1954 e passou a se apresentar com os imrãos no interior do Estado. Em 1957, aos 16 anos, fez sua primeira gravação, tocando sanfona num disco de Luiz Gonzaga, na música "Moça de feira", de Armando Nunes e J.Portela. No mesmo ano, formou o Trio Nordestino. Aprendeu a tocar samba e bolero, tocou em boates e "inferninhos". Em 1965, foi convidado para gravar um LP destinado ao público migrante nordestino e, com isso, voltou a tocar forrós e baiões. Começou a se apresentar com Gonzagão, o que lhe deixou em maior evidência. Viajou para a França com Gal Costa e trabalhou com Gilberto Gil, que gravou o maior sucesso de Dominguinhos, em parceria com Anastácia, "Eu só quero um xodó". Gravou "Isso aqui tá bom demais", em parceria com Chico Buarque, e gravada pelos dois, foram incluídas em novela, o que fez aumentar nacionalmente sua popularidade. Também participou de trabalhos de artistas como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Elba Ramalho e fez trilhas sonoras para o cinema. Em 2010, foi contemplado com o prêmio Shell de Música, pelo conjunto de sua obra. No mesmo ano, lançou o DVD "Iluminado Dominguinhos".

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