terça-feira, 30 de julho de 2013

LICITAÇÃO DO LIXO DE FOZ DE IGUAÇU REVELA-SE UM JOGUINHO DE CARTAS MARCADAS

O prefeito de Foz de Iguaçu, Reni Pereira, não tem outro caminho a tomar, nesta terça-feira, quando abrir a sessão da Comissão de Licitação para contratação de empresa que fará a coleta do lixo da cidade, em regime de concessão, senão decretar a desmontagem da própria comissão de licitação e determinar a anulação do certame. Ocorre que ele é um jogo de cartas marcadas. Em primeiro lugar, apenas duas empresas foram admitidas na licitação. A primeira delas é a Vital Engenharia Ambiental SA, pertencente ao grupo Queiroz Galvão, que já está realizando o serviço de coleta de lixo na cidade por meio de contrato emergencial (ou seja, sem licitação). A segunda empresa é a Revita Engenharia Ambiental, do grupo Solvi. O que os membros da comissão de licitação não se deram ao trabalho de fazer foi uma investigação mínima, pela Internet mesmo (através do Google), para ver se essas duas empresas mantêm relações entre si. Se isso acontecesse, as condições legais para a realização da licitação estariam ausentes, porque a lei determina que sejam asseguradas as condições de concorrência. E isso não ocorre, porque o grupo Queiroz Galvão, controlador da Vital Engenharia Ambiental, é sócio do grupo Solvi na empresa Inova Ambiental. E ambas têm contrato em conjunto com a prefeitura de São Paulo, obtido recentemente, na gestão do prefeito Gilberto Kassab. Mas, se isso não fosse suficiente, ainda tem mais um agravante essa licitação. Ocorre que o prefeito Reni Pereira recebeu dinheiro da empresa Copelmi Mineradora, dos irmãos Carlos e Cesar Farias, para financiar a sua última campanha eleitoral. Foi o legítimo caso de financiamento cruzado. A Vital Engenharia, da Galvão Queiroz, por já prestar serviço à prefeitura de Foz de Iguaçu, não podia fazer doações financeiras para a campanha de Reni Pereira. Então essa doação foi triangulada com a Revita Engenharia Ambiental, que usou a Copelmi Mineradora para esse objetivo. Ocorre que a Revita Engenharia Ambiental é controlada do Grupo Solvi, que é dono da empresa Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos, dona de seis aterros sanitários no Rio Grande do Sul. O maior desses aterros, o de Minas do Leão, pertencia à empresa SIL (Solução Inteligente em Limpeza), controlada da Copelmi Mineradora. A SIL teve 70% de seu controle social comprado pelo Grupo Solvi. Ou seja, Grupo Solvi e Copelmi Mineradora são sócios. Está tudo explicado. É material farto para o Ministério Público do Estado do Paraná.

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