quarta-feira, 10 de julho de 2013

ÍNDIOS VOLTAM A BLOQUEAR FERROVIA NO MARANHÃO EM PROTESTO PELAS CONDIÇÕES DE ATENDIMENTO À SAÚDE

Índios de diversas etnias bloquearam novamente, na noite de terça-feira, a Estrada de Ferro Carajás, em protesto pelas condições do atendimento à saúde indígena no Maranhão. O bloqueio ocorre em trecho próximo à Aldeia Maçaranduba, no município de Alto Alegre do Pindaré, a cerca de 300 quilômetros da capital, São Luís. A mobilização reúne cerca de 200 índios das etnias Krenjê, Tenetehara, Awá-Guajá, Apãniekra, Ramkokramekra, Gavião e Krikati. Para os índios, a ocupação da ferrovia é a única forma de obter uma resposta do Poder Público. Esta é a segunda vez, em menos de uma semana, que os índios bloqueiam a ferrovia. Eles alegam que o governo federal ainda não atendeu suas reivindicações de melhorias na área de saúde. As más condições de saúde levaram os índios, no último dia 24, a ocupar a sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em São Luís, onde permaneceram durante dez dias. Entre as reivindicações está a substituição dos coordenadores do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), Licínio Brites Carmona e Antônio Isídio da Silva, sob o argumento de que eles não levam em consideração as demandas dos líderes indígenas. Na última quinta-feira, os índios ocuparam a ferrovia, desocupada sábado, após acordo entre os líderes do movimento e representantes da Justiça, do Ministério Público Federal e da Vale. De acordo com a cacique da Aldeia Maçaranduba, Marcilene Guajajara, a Vale comprometeu-se a fazer a interlocução com o governo a respeito do pleito dos índios. O prazo para uma resposta, "positiva ou negativa", terminou na terça-feira. "Nós já recorremos ao promotor, à Justiça, a tudo quanto foi gente, e eles só falam em reunião e nada de resolver a nossa situação. Sabermos que a Vale é um empresa muito grande, e que o governo escuta o que eles pedem", disse Marcilene Guajajara. Ela informou que os índios vão manter o bloqueio enquanto esperam um retorno do governo federal.

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