terça-feira, 23 de julho de 2013

DELEGADO-GERAL DA POLÍCIA CIVIL DO PARANÁ É AFASTADO DO CARGO APÓS DENÚNCIAS DE TORTURA NO ÓRGÃO

O governo do Paraná resolveu trocar a chefia da Polícia Civil. O delegado-geral Marcus Vinicius Michelotto, que ocupava o cargo desde o início da gestão Beto Richa (PSDB), foi destituído na noite de segunda-feira. No lugar dele foi nomeado Riad Braga Farhat, atual chefe da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc).  A saída de Michelotto ocorreu após a reviravolta no caso Tayná, com a revelação de que quatro funcionários de um parque de diversões inicialmente acusados de estuprar e matar uma adolescente de 14 anos em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, foram brutalmente torturados por policiais civis para que confessassem o crime. Dez policiais civis, incluindo um delegado, foram presos por envolvimento no caso. Ao longo de 2011 e 2012, operações desastradas e denúncias de corrupção também marcaram a gestão de Michelotto. Um desses casos envolveu a morte de um sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, a Polícia Militar gaúcha. Em dezembro de 2011, policiais civis do Paraná viajaram para Gravataí para tentar resgatar duas vítimas de sequestro. Detalhe: a operação aconteceu sem o conhecimento das autoridades gaúchas. Durante a viagem, um sargento gaúcho que abordou os policiais paranaenses, pensando se tratar de criminosos, acabou sendo morto por eles. Os policiais paranaenses foram presos. No mês seguinte, em janeiro, um novo escândalo: um grupo de policiais realizou uma operação em uma casa de Curitiba, onde funcionava um cassino e um bordel de luxo. A operação ocorreu sem a presença de um delegado e sem a autorização da cúpula. Michelotto disse que os policiais envolvidos agiram como "milicianos”. Já os policiais que participaram da ação justificaram a iniciativa "autônoma" como uma forma de pressionar por mais ações desse tipo da polícia.

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