domingo, 7 de julho de 2013

COPOM DEVE ELEVAR A SELIC A 8,5%, MAS NOVOS AJUSTES ESTÃO EM XEQUE

Economistas e tesoureiros guardam na memória o discurso mais duro do Banco Central contra a inflação, embora não ignorem evidências de fragilidade da economia brasileira representadas pela inesperada queda de 2% da produção industrial em maio. Com isso, a expectativa de todos os 33 analistas consultados pelo Valor Data é de aumento de 0,50 ponto percentual da Selic na próxima semana, levando a taxa para 8,50% ao ano. Mas a dispersão das projeções para dezembro de 2013 e, principalmente, para o fim de 2014 é a exata medida da incerteza que prevalece quanto às próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) e a quanto o Banco Central estará sensível aos indicadores de atividade a despeito da inflação. O desempenho da indústria em maio, praticamente o dobro do declínio esperado por analistas, tornou real o risco de a expansão do PIB ser limitada ao teto de 2% neste ano. Se maio foi ruim para a indústria, em junho será a vez do comércio sofrer as consequências das manifestações populares. A confiança no governo, na presidente e em dias melhores foi abalada. A inflação continua preocupando. Mas talvez com certo exagero, quando se leva em conta o "índice de satisfação do Banco Central". Se o Banco Central está contente com IPCA neste ano inferior aos 5,84% observados em 2012 e IPCA em 2014 menor que o deste ano, o seu desejo poderá ser alcançado sem grandes estripulias monetárias. Goste o mercado ou não. Em meio a esse quadro, as projeções para a Selic no fim deste ano variam de 9% a 10% e embutem ciclo de alta entre 175 pontos-base e 275 pontos.

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