quarta-feira, 12 de junho de 2013

PORTO ALEGRE TEM UM DÉFICIT DE 1.000 LEITOS HOSPITALARES UM ANO ANTES DA COPA

Faltando um ano para o começo da Copa do Mundo, a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, tem um déficit de 1.000 leitos hospitalares. A cidade conta com 5.780 leitos, mas o ideal mínimo seria 7.000 leitos. Mesmo nesse quadro tétrico, a perspectiva de abertura de vagas não progride no mesmo ritmo da demanda. Até nos hospitais que recebem maiores investimentos, a abertura de leitos anda lentamente. Nos seis principais hospitais de Porto Alegre, até 2014, serão abertos mais 483 leitos. O Hospital Moinhos de Vento, que atende somente por convênios, apesar de desfrutar dos benefícios do Lei da Filantropia, mesmo assim enfrenta uma rotina de superlotação. Atualmente o hospital conta com 387 leitos e terá a capacidade de atendimento aumentada em 75% até metade do próximo ano. Serão inaugurados mais 255 novos leitos, 135 deles para atendimento do SUS, na nova unidade na Restinga (é para justificar a multimilionária isenção da benemerência). Um novo anexo ao prédio no bairro Moinhos de Vento será entregue em 2014, com 94 leitos de internação. O Hospital Mãe de Deus, que também atende por convênios e igualmente desfruta dos benefícios da Lei da Filantropia, e que será um dos hospitais de referência da Copa do Mundo (junto com o Mãe de Deus), atualmente tem 270 vagas e para o próximo ano espera ter mais 100 leitos de internação. O prédio atual não comporta essa ampliação, por isso serão construídos dois novos edifícios para criação dessas vagas. O Hospital de Clínicas, que atende convênios e SUS, conta atualmente com 845 leitos, sendo que 737 são exclusivamente para o SUS. O maior problema no hospital está no setor de emergências, que atende sempre acima da capacidade (na média, o triplo da lotação, quase parece com o hospital de campanha do filme MASH). A ampliação de leitos no Hospital de Clínicas só se dará na unidade Alvaro Alvim, com 40 vagas. É um hospital de retaguarda.
O Hospital São Lucas, da PUC, que também desfruta das vantagens da Lei da Filantropia, tem 661 leitos de internação, sendo 396 para o SUS.  O maior problema na instituição é o setor de emergência, diariamente lotado, e muito além de sua capacidade. Dentro de 60 dias começarão as obras de ampliação do setor de emergência, para dobrar a sua capacidade de atendimento. O Hospital Conceição atende exclusivamente pelo SUS e conta com 760 leitos, além de 110 leitos de apoio em um anexo no terreno da instituição. A lotação da unidade bate a casa dos 95%. A construção de leitos de apoio fez a lotação da emergência diminuir e o tempo de espera de atendimento cair, mas ainda assim é o setor com maior problema no hospital. O Complexo Hospitalar Santa Casa (sete hospitais) há um projeto de ampliação em andamento e no começo do mês de agosto a instituição inaugurará 88 novos leitos de internação, 49 deles exclusivos para o SUS. Para o ano que vem o setor de emergências para adultos também será ampliado. As atuais 25 vagas passarão para 40. Ou seja, com todos os investimentos em curso (muito abaixo do necessário), Porto Alegre continuará com um enorme déficit de leitos hospitalares. E não tem jeito, a maneira de resolver a crise será a instalação de um hospital de campanha com capacidade de 1.000 leitos.

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