segunda-feira, 3 de junho de 2013

MATO GROSSO DO SUL TEM 65 PROPRIEDADES RURAIS INVADIDAS POR INDÍGENAS

Mato Grosso do Sul tem 65 propriedades rurais invadidas por indígenas, duas delas invadidas nesta segunda-feira, após acordo formal entre as líderes indígenas, produtores e Conselho Nacional de Justiça de que as ocupações cessariam pelos próximos 15 dias. Há temor por parte dos produtores de que haja mais invasões. Para o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, antes da ocupação da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, no dia 14, a presença dos índios nas propriedades rurais era pacífica e sem violência. No entanto, após o conflito de quinta-feira, quando a Polícia Federal foi acionada para cumprir um mandado de reintegração de posse e houve a morte do terena Oziel Gabriel, de 35 anos, a situação se complicou. Para ele, "mudou a maneira com isso está se dando, Há uma maneira generalizada de agressão ao patrimônio dessas propriedades, fogo nas mangueiras. Antes a discussão era judicializada, agora não". Riedel comentou que, nesse momento de tensão, não é possível saber qual é o posicionamento dos indígenas e por isso, há o receio de que mais fazendas sejam invadidas. Ele e o presidente da Associação de Criadores do Mato Grosso do Sul, Francisco Maia, participam nesta terça-feira, de uma reunião com a bancada federal do Estado em Brasília: "Essa reunião é pra conhecer as alternativas de como restabelecer a ordem na região de conflito". Nesta segunda-feira, os índios terenas, com apoio de movimentos como a Comissão da Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciaram uma marcha a pé, que saiu de Anastácio nesta manhã e deve chegar a Campo Grande nos próximos quatro dias. Também nesta segunda-feira, os cerca de 300 indígenas que retomaram área da Fazenda Cambará no domingo  atearam fogo em parte de uma das casas da propriedade. O pecuarista Vanth Vanni, dono da fazenda, disse que soube do incêndio, mas que não pôde entrar no local e que também não há mais funcionários por lá: "Meus funcionários foram escorraçados de lá". Outra propriedade, a Fazenda Esperança, foi invadida um dia após o confronto, na sexta-feira. O pecuarista Nilton Carvalho da Silva Filho foi expulso da propriedade e teme por invasão em outra fazendas. "Eles querem 33 mil hectares, e isso são várias fazendas", disse.

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