quinta-feira, 6 de junho de 2013

Marcos Valério esvazia investigação contra Lula

O empresário Marcos Valério de Souza recusou a oferta de delação premiada no inquérito que investiga a suspeita de envolvimento do ex-presidente Lula e do ex-ministro Antonio Palocci com o esquema do Mensalão do PT. Autor das acusações contra Lula e Palocci, Valério disse à Polícia Federal e ao Ministério Público que só aceitaria o acordo caso fosse beneficiado nos outros inquéritos criminais a que responde. Ele prestou depoimento em abril, em Minas Gerais. A delação é um instrumento legal que estimula acusados a colaborar com investigações em troca de benefícios que vão da redução da pena até o perdão judicial. Com a recusa de Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 40 anos de prisão por operar o mensalão, aumentou o ceticismo dos investigadores em relação ao desenrolar da apuração. A investigação contra Lula e Palocci começou após Valério declarar ao Ministério Público, em setembro, que os dois petistas negociaram com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, repasse de US$ 7 milhões ao PT. Essa é a primeira vez que se investiga a possível participação do ex-presidente no esquema do Mensalão do PT. A tentativa de ouvir Marcos Valério em Minas Gerais foi da delegada Andrea Pinho, a responsável na Polícia Federal pelo inquérito. Mas, na maior parte do tempo, o empresário ficou calado. Ao prestar o depoimento em setembro, Marcos Valério se dizia disposto a aceitar a delação premiada, que agora recusou. As negociações não prosperaram porque, na opinião do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Valério queria apenas "melar o julgamento" do Mensalão do PT. Ao ser ouvido em abril ele não tirou a principal dúvida dos investigadores: descobrir quando exatamente teria acontecido a suposta reunião em que Lula, Palocci e Horta teriam tratado do repasse da Portugal Telecom ao PT.

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