domingo, 2 de junho de 2013

LOBISTAS PAGAM 200 MIL DÓLARES A LULA PARA QUE ELE DÊ PALESTRAS E FAÇA CONTATOS COM AFRICANOS

O ex-presidente Lula Usou de sua influência no Itamaraty para agendar reuniões privadas com presidentes africanos durante um giro por quatro países, em março deste ano. Alguns encontros reuniram políticos locais e representantes de empresas patrocinadoras das viagens de Lula: as construtoras Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht. As informações sobre a viagem estão em telegramas do Itamaraty. Grandes empreiteiras custearam viagens do petista a 13 países desde 2011. O pedido para que o Itamaraty agendasse os encontros foi feito por Clara Ant, assessora do Instituto Lula e ex-funcionária da Presidência. Ao receber os pedidos, algumas embaixadas pediram orientação do Itamaraty, em Brasília. A ordem foi de que o pedido de agendamento fosse feito por nota verbal (um tipo de documento diplomático) aos governos locais. Servidores do Itamaraty afirmam que o apoio é uma cortesia e que pode ser estendido a outras personalidades. A primeira parada de Lula foi Malabo, capital da Guiné Equatorial. Segundo o Itamaraty, a agenda foi acertada entre o Instituto Lula, o Cerimonial da Presidência da República local, a Odebrecht, que financiou a viagem de Lula, e a embaixada brasileira. Lula teve audiência de duas horas com o ditador Teodoro Obiang, no poder desde 1979. A embaixada informou ao Itamaraty que a visita iria "projetar ainda mais o potencial de nossas empresas no mercado guinéu-equatoriano". A próxima parada foi Gana. Duas semanas antes, Clara Ant informou à embaixada, por telefone, que Lula gostaria de encontrar-se com o presidente John Dramani Mahama no dia 15 de março, já que no dia 16 tinha reunião com representantes da Embrapa e do braço da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). A diplomata local pediu orientações a Brasília, que recomendou o envio de "nota verbal à chancelaria local". Clara Ant também contatou a embaixada no Benin. Segundo o telegrama, expressou "o desejo do senhor ex-presidente de manter encontro amigável com o presidente Boni Yayi". A embaixada foi incumbida ainda de organizar encontros de Lula com empresários brasileiros e do Benin. O embaixador Arnaldo Caiche informou Brasília: "O ex-presidente esteve acompanhado de empresários de grandes construtoras brasileiras: Queiroz Galvão, OAS e Odebrecht. Na ocasião, ficou evidente o despertar de interesse por projetos no Benin".  Na ocasião, o empresário Marcos Queiroz Galvão propôs a abertura de um comitê de empresas do Brasil no país, "cuja função principal será a de prospectar oportunidades de investimentos". Na Nigéria, parada final da viagem, a assessoria do ex-presidente procurou a embaixada para marcar encontros com o presidente Goodluck Jonathan e com o ex-presidente Olusegun Obasanjo. Os diplomatas viajaram para organizar os encontros, desembolsando US$ 582,00 de verbas do Itamaraty.

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