domingo, 9 de junho de 2013

LAVOURAS DE SOJA EM RESERVA INDÍGENA DE MATO GROSSO DEVEM SER DESTRUÍDA

A Justiça Federal de Mato Grosso autorizou a destruição das lavouras de soja existentes na área indígena Marãiwatsédé, região nordeste do Estado. A decisão do juiz Julier Sebastião da Silva, expedida na quinta-feira, atendeu ao pleito formulado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), União e Ministério Público Federal. De acordo com o magistrado, a medida se faz necessária "para fins de controle sanitário, especialmente da ferrugem asiática". Em seu despacho o juiz federal diz ainda estar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizado a "fazer a verificação de plantas remanescentes de soja na área". Uma missão liderada pela Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Mapa no Estado esteve na região ainda em janeiro para investigar o risco de propagação da doença a partir das lavouras que tiveram de ser abandonadas desde dezembro pelos produtores. A retirada dos ocupantes não-índios foi determinada por decisão judicial. À mesma época, o Mapa e a Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja) alertaram que uma área de pelo menos mil hectares inspirava atenção. Em relatório entregue à Funai, as instituições pediam que fosse autorizada a colheita da produção daquelas áreas consideradas aptas, pleito negado pelo Poder Judiciário. Somente um agricultor recebeu aval da Justiça para colher a safra de soja. Na avaliação do coordenador de Defesa Sanitária Vegetal do Mapa em Mato Grosso, Wanderlei Dias Guerra, a decisão de eliminar as lavouras da área agora é tardia. Isto porque as atenções devem estar voltadas às chamadas plantas remanescentes e que podem ter nascido a partir dos grãos que não foram retirados do campo.

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