domingo, 9 de junho de 2013

JUSTIÇA FRANCESA ACUSA BANCO SUIÇO UBS DE PRÁTICAS ILEGAIS

A justiça francesa acusou o banco suíço UBS de práticas ilegais. A suspeita é de que a instituição financeira montou um sistema destinado a convencer franceses ricos a abrirem contas não declaradas na Suíça no começo dos anos 2000, informaram fontes judiciais na sexta-feira. A acusação ao maior banco suíço ocorre dois dias depois de a sua filial francesa ter sido acusada por "cumplicidade em transações ilegais". O banco também é considerado testemunha em investigações de lavagem de dinheiro e fraude fiscal, estando sob controle da justiça com uma fiança de 2,875 bilhões de euros. A justiça francesa suspeita que o UBS permitiu a seus representantes suíços captar clientes na França, violando a legislação vigente. Além disso, o banco teria realizado uma dupla contabilidade para ocultar movimentos de capitais entre a França e a Suíça. Um ex-diretor geral do UBS França, Patrick de Fayet, um ex-diretor do escritório do UBS em Lille, e um funcionário do UBS em Estrasburgo já foram acusados. Denúncias de ex-empregados do banco permitiram as investigações. De acordo com uma denúncia anônima era usado um sistema de registro da abertura de contas não declaradas na Suíça, realizadas por representantes do banco. Estas contas estavam registradas em cadernos ou em tabelas do Excel. Na mensagem anônima está descrito o suposto papel desses representantes na Suíça e na França, assim como a função dos gerentes do UBS na França nesta dupla contabilidade. De acordo com a nota, o sistema não deixava rastros no sistema oficial do banco, embora permitisse calcular a premiação que os funcionários do banco deveriam receber no final do ano. Os juízes ordenaram, pela acusação da UBS França, a nomeação de um administrador para verificar se esses negócios foram informados e as condições em que os bônus foram concedidos. Outra nota insiste que a filial francesa da UBS, criada em 1999, sempre teve números negativos em seus exercícios contábeis, com exceção do exercício 2006, que registrou lucro de milhares de euros. A acusação do banco suíço destaca as suspeitas que pesam sobre o papel dos representantes comerciais suíços em solo francês. Eles teriam ido à França para captar uma clientela rica, principalmente industriais, pessoas ligadas a espetáculos e desportistas. Os contatos eram feitos em particular durante acontecimentos esportivos (como torneios de golfe, de tênis em Roland-Garros) ou shows.

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