quinta-feira, 13 de junho de 2013

FMI APONTA PERSPECTIVAS "SOMBRIAS" PARA ECONOMIA PORTUGUESA

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou "sombrias", nesta quinta-feira, as perspectivas econômicas de Portugal. Em comunicado, o FMI diz que a situação torna-se mais grave porque a margem para fazer as reformas de ajuste econômico está se estreitando. De acordo com a instituição, há riscos políticos e econômicos para o país, como a falta de consenso social para as mudanças estruturais (como a demissão de 30 mil funcionários públicos), que gerem equilíbrio fiscal permanente e evitem aumento do endividamento, como desejam os credores externos e o mercado financeiro internacional. Além disso, diz o FMI, por causa do quadro econômico nos 13 países que formam a zona do euro, as exportações portuguesas ficaram abaixo do esperado no primeiro trimestre. A demanda interna, afetada pelo desemprego massivo e pelas dificuldades das empresas, está enfraquecida. O Fundo Monetário também tornou pública a carta de intenções enviada na quarta-feira pelo ministro das Finanças, Vitor Gaspar, e pelo presidente do Banco de Portugal (o Banco Central lusitano), Carlos da Silva Costa, em que o país pede liberação da parcela de US$ 574 milhões do empréstimo tomado em 2011. Segundo a carta, Portugal “continua avançando nas políticas para eliminar desequilíbrios”, e o governo “identificou as medidas para fechar as lacunas” do Orçamento do Estado 2013, após a reprovação de quatro medidas pelo Tribunal Constitucional, e a nova legislação orçamentária estará votada até o recesso parlamentar, a partir de 15 de julho. Gaspar e Costa sustentam que o sistema bancário está sob controle e tem liquidez suficiente para garantir depósitos e fazer operações de crédito. Na carta, os dois relacionam medidas para melhoria do ambiente de negócios em Portugal, como a diminuição dos custos de exportações e a simplificação da cobrança de impostos. Junto com o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia, o FMI forma a chamada Troika, grupo credor de Portugal, Irlanda, Grécia e Chipre. Na quarta-feira, o presidente de Portugal, Cavaco Silva, defendeu a saída do FMI do grupo, alegando que as instituições europeias têm objetivos diferentes dos do fundo. “O objetivo do FMI está muito voltado para a estabilização financeira, na União Européia, nós temos objetivos de desenvolvimento harmonioso, de coesão e de crescimento econômico”, disse o presidente. Portugal tem cerca de 18% da população economicamente ativa desempregada (mais de 952 mil pessoas) e  dívida pública de 125% do Produto Interno Bruto, que, de acordo com projeções do FMI, pode chegar a 140% em dez anos. Por causa dos problemas econômicos, a coalizão que sustenta o governo há dois anos dá sinais crescentes de desgaste e o movimento sindical promete parar o país em uma nova greve geral no próximo dia 27.

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