terça-feira, 11 de junho de 2013

APESAR DE INTERVENÇÃO DO BANCO CENTRAL, DÓLAR E FECHA COM ALTA DE 0,56% E ATINGE O MAIOR PATAMAR DESTE ABRIL DE 2009

O dólar voltou a fechar em alta ante o real nesta segunda-feira, apesar de o governo ter anunciado recentemente medidas para atrair capital externo e das atuações do Banco Central no mercado de câmbio. Pouco depois do meio-dia, a moeda norte-americana alcançou 2,16 reais, intensificando as preocupações com a inflação. A situação fez o Banco Central anunciar, em sequência, dois leilões de venda de dólares no mercado futuro. Com as operações, a autoridade monetária conseguiu segurar o avanço da moeda americana, mas apenas momentaneamente. No fim do dia, o dólar à vista fechou com elevação de 0,56%, cotado a 2,1480 reais. Esse é o maior patamar desde 30 de abril de 2009, quando a moeda encerrou em 2,1880 reais. No ano, a divisa dos Estados Unidos acumula alta de 5,04% ante o real. Na máxima, verificada às 12h04, o dólar atingiu alta de 1,12% e era cotado a 2,16 reais no balcão. Na mínima, após os dois leilões do Banco Central, a moeda norte-americana atingiu 2,1340 reais, em leve queda de 0,09%. Pela manhã, o dólar apontava forte alta ante o real, após o anúncio da aceleração da inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) na primeira prévia de junho (0,43%, ante 0,03% da primeira prévia de maio) e da divulgação de indicadores fracos de importação e exportação na China. As preocupações com a inflação e com a economia chinesa – forte compradora de commodities – reforçaram a percepção de que a economia brasileira vai mal. Profissionais lembraram que, na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) já havia reduzido a perspectiva de rating do Brasil e de várias empresas do País. Ao mesmo tempo, as medidas do governo – entre elas, de zerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos de estrangeiros em renda fixa – ainda não elevaram a entrada de dólares no país. Ao contrário, profissionais citaram, na semana passada, que investidores em renda fixa estavam aproveitando a mudança para retirar recursos para, no futuro, voltar sem precisar pagar impostos. ”Potencialmente para o Brasil, a gente esperava que a redução do IOF gerasse um impacto maior (de entrada de dólares), porque você tem, aliado à isenção de imposto, a alta da Selic”, comentou Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora. “Mas parece que o investidor não está muito confiante, ainda mais que teve a redução da perspectiva de rating do Brasil". João Paulo de Garcia Corrêa, gerente de câmbio da Correparti Corretora, acrescentou que “o BC mostrou que não quer um dólar acima de 2,15 reais, porque nós temos um problema sério, que é a inflação. Ele fez dois leilões hoje por conta disso, mas a desconfiança em relação ao país faz a alta do dólar persistir.” No exterior, a trajetória de alta do dólar também foi vista depois de a S&P ter anunciado revisão da perspectiva do rating AA+ dos EUA de negativa para estável. Com isso, o dólar ganhar força na comparação com outras moedas.

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