domingo, 5 de maio de 2013

Paralisação em Belo Monte é mantida mesmo com ordem para reintegração de posse


Cerca de 100 homens da Polícia Militar do Pará chegaram ao canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, na tarde de sexta-feira, para cumprir mandado de reintegração de posse. A medida, no entanto, não foi executada. As obras estão paradas desde a última quinta-feira, após o canteiro ter sido ocupado por um grupo de manifestantes. Eles pedem que as obras de todos os empreendimentos hidrelétricos na Amazônia sejam suspensas e que o processo de consulta prévia aos povos tradicionais, previsto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), seja regulamentado. Os manifestantes, indígenas, ribeirinhos e pescadores, lançaram uma carta reafirmando a pauta reivindicatória. No documento, eles rejeitam negociar com o Consórcio Construtor Belo Monte e com a Norte Energia. "Nós estamos aqui para dialogar com o governo. Para protestar contra a construção de grandes projetos que impactam, definitivamente, nossas vidas", diz. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o assessor da Secretaria de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Avelino Ganzer, propôs aos índios que uma comissão definida por eles se reunisse em Altamira (PA), na última segunda-feira, com um grupo interministerial para dicutir a política indígena no país. Os indígenas recusaram a reunião em Altamira e exigiram a presença do grupo no canteiro de obras ocupado, de modo que todos possam participar da conversa. Por meio de nota, a Norte Energia, empresa responsável pela operação da usina, e o CCBM confirmaram que a ocupação do Sítio Belo Monte continua. A Norte Energia informou ainda que um “contigente da Força Nacional de Segurança, juntamente com a Polícia Militar do Pará”, está no canteiro de obras desde a tarde de hoje a fim de “preservar o patrimônio da obra e, principalmente, a integridade física dos cerca de 4 mil trabalhadores alojados no canteiro”.

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