quinta-feira, 30 de maio de 2013

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL DE MINAS GERAIS DENUNCIA CONSULTOR FINANCEIRO À JUSTIÇA

O Ministério Público Federal em Minas Gerais denunciou à Justiça o consultor financeiro Jader Kalid Antônio, acusado de ter ajudado o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e outros envolvidos no esquema do Mensalão do PT a enviar recursos ao Exterior para pagamento do publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha presidencial do PT em 2002. A denúncia é resultado do desmembramento do processo do Mensalão, julgado em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal. De acordo com o Ministério Público Federal, Kalid, que admitiu em depoimento à Polícia Federal atuar como doleiro, foi responsável pelo envio, em 17 de junho de 2003, de mais de US$ 131 mil para a conta da offshore Dusseldorf Company no Bank Boston International, em Miami. A empresa pertencia a Duda Mendonça e à sócia dele, Zilmar Fernandes da Silveira, absolvidos pelo Supremo. Para o dinheiro chegar à conta de Duda Mendonça, passou primeiro por uma conta no Israel Discount Bank, em Nova York, que autoridades dos Estados Unidos confirmaram ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) pertencer à empresa Kanton Business Corp., com sede no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. O consultor financeiro era o único procurado e signatário da conta bancária da Kanton e o endereço informado ao banco de Nova York era o da residência dele em Belo Horizonte. Kalid assumiu à Polícia Federal que era o titular da conta e afirmou que fez o envio do dinheiro a pedido do empresário Ramon Hollerbach Cardoso, sócio de Marcos Valério nas agência de publicidade DNA e SMP&B, e foi condenado a mais de 29 anos de prisão pelo Supremo. A pena foi a segunda maior imposta aos acusados de envolvimento no Mensalão do PT e é menor apenas do que a sentença contra Marcos Valério, que passa de 40 anos de prisão. De acordo com o Ministério Público Federal, as investigações em torno de Kalid foram desmembradas do processo do Mensalão do PT a pedido do então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, por causa da evidência de outras operações ilegais.

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