terça-feira, 7 de maio de 2013

Itália se encaminha para segundo ano de recessão


O PIB da Itália recuará 1,4% este ano, informou nesta segunda-feira o instituto italiano de estatísticas, Istat, revisando para baixo a estimativa anterior, em um momento em que o governo, liderado por Enrico Letta, promete focar mais no crescimento e menos na austeridade. Em suas previsões anteriores, feitas em novembro, o Istat projetava uma contração de 0,5% em 2013. Esta diferença se deve principalmente a uma redução mais forte que o previsto do consumo privado, explicou o instituto em um comunicado. Se forem confirmadas estas novas previsões, este será o segundo ano consecutivo de forte contração do PIB da Itália. Em 2012, a economia se contraiu 2,4%, segundo os dados do Istat. Em 2011, o país registrou um crescimento de 0,4%. Para 2014, a previsão do Istat é de expansão de 0,7% do PIB, em especial pela reativação da demanda interna.
O governo italiano, então liderado por Mario Monti, tinha informado no final de março que projetava para 2013 uma contração de 1,3% e para 2014 um crescimento de 1,3%. O Istat prevê, além disso, uma taxa de desemprego de 11,9% em 2013 e 12,3% em 2014, frente a 10,7% em 2012 e 8,4% em 2011, segundo o comunicado. Em 2013 a receita disponível das famílias continuará caindo, o que terá "inevitáveis consequências negativas sobre o consumo em relação ao ano anterior", informou o Istat. "A fase de deterioração do poder aquisitivo apenas seria contida em 2014", acrescentou. O reembolso previsto de importantes partes remanescentes de dívida pública com empresas italianas, decidido recentemente pelo governo, deve melhorar a liquidez e favorecer a reativação dos investimentos privados em 2014, observou Istat. Segundo os prognósticos, as exportações aumentariam 2,3% em 2013 e as importações cairiam 1,5%. Em 2014, as exportações devem crescer 3,9% e as importações, 3,8%.
Letta disse nesta segunda-feira que é possível "crescer, sem se endividar", destacando que a situação na Itália nos últimos anos demonstra que o cenário inverso, "endividar-se não quer dizer automaticamente crescer".

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