quarta-feira, 1 de maio de 2013

Ex-presidente paquistanês Musharraf é banido da vida política


O ex-presidente paquistanês Pervez Musharraf foi banido da vida política por um tribunal do país. Musharraf foi detido no último dia 19 e está em prisão domiciliar provisória. Essa é a primeira vez que uma corte do país declara um cidadão inelegível pelo resto da vida. Musharraf retornou ao país no mês passado após quatro anos de exílio e pretendia disputar as eleições legislativas em maio. Sua candidatura, no entanto, foi rejeitada pela comissão eleitoral, que baseou a decisão em violações da Constituição durante seu mandato como presidente. A corte da cidade de Peshawar rejeitou o recurso do ex-presidente contra a decisão. O juiz Dost Mohammad Khan impôs o banimento que impede Musharraf de concorrer a cargo eleitoral ou se tornar membro do Parlamento. “O ex-ditador ordenou juízes e seus familiares a serem colocados em prisão domiciliar e duas vezes anulou a Constituição do país”, disse o magistrado. Musharraf passou a comandar o Paquistão após um golpe de Estado em 1999 e permaneceu no poder até sua renúncia, em 2008. Ele renunciou para evitar um impeachment, ao perder sustentação política depois do assassinato da oposicionista Benazir Buttho, em 2007. À época, ele já era acusado de fraude eleitoral, desrespeito à Constituição e má gestão da economia. A ordem judicial para sua prisão este mês teve como base destituições arbitrárias de juízes promovidas no período em que ele ocupava a presidência. Mas esta não é a única acusação que pesa sobre Musharraf. Ele também é acusado de envolvimento na morte do líder separatista da província de Baluchistão, Akbar Bugti, e da ex-premiê Benazir Buttho. Além disso, um grupo de advogados paquistaneses tenta convencer a Suprema Corte a julgar o ex-presidente por "alta traição", por ter imposto estado de exceção no país quando era presidente.

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