quinta-feira, 16 de maio de 2013

"Custo Brasil" deixa produto nacional 43% mais caro em relação aos Estados Unidos e Alemanha


Estudo produzido pela Abimaq foi entregue nesta quinta-feira ao vice-presidente da República, Michel Temer, logo após votação da MP dos Portos. A Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) produziu o estudo "O Impacto do Custo Brasil na competitividade da indústria brasileira de bens de capital", no qual revela os principais gargalos enfrentados pelo setor na comparação com outros países. Tomando como base comparativa os Estados Unidos e a Alemanha, o levantamento se fixou em oito itens: impostos não recuperáveis, encargos sociais e trabalhistas, logística, impacto dos juros sobre o capital de giro, burocracia e custo de regulamentação, custos dos investimentos, custos dos insumos básicos e custos de energia. O trabalho revela que o mesmo produto produzido em solo alemão e norte-americano, sob as mesmas condições industriais e humanas, custaria aproximadamente 43% mais caro se fosse fabricado no Brasil, conforme o diretor de relações institucionais da Abimaq, Márcio Ribaldo. “Se fosse possível pegar um helicóptero, chegar lá na Alemanha, levantar uma indústria, do jeito que ela está, tudo idêntico, e aportar essa fábrica aqui no Brasil, só por esse gesto o produto que eles venderiam lá por US$ 100,00 teriam que vender aqui por US$ 142,50. Ou seja, o Custo Brasil foi medido em US$ 42,50. E esse custo é composto por diversos componentes, como tributos, infraestrutura, insumos, juros, entre outros”, explicou Ribaldo. No quesito burocracia, o estudo aponta um gasto irracional de tempo em relação ao despacho de documentos feitos nos dois países pesquisados. “Enquanto nós gastamos, por exemplo, 2,6 mil horas, os demais gastam 10% disso. Nós somos antiprodutivos até na burocracia fiscal”, criticou o dirigente. O estudo produzido pela Abimaq chegou nesta quinta-feira (16) às mãos do vice-presidente da República, Michel Temer, horas depois da aprovação da MP dos Portos na Câmara. Para o gerente de Relações Governamentais da Abimaq, Eduardo Galvão, “foi um momento muito importante, já que o estrangulamento portuário é um dos principais fatores para a falta de competitividade da indústria”, ressaltou. O presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA), deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), promoverá um dia de debates sobre o tema em audiência pública a ser realizada no dia 19 de junho. “Em função da votação da MP dos Portos, tivemos que adiar essa discussão, que estava prevista para acontecer na quarta-feira. Mas esse debate é inadiável para o Brasil, que sofre pela falta de planejamento em todas as áreas. Foi muito bom levar esses dados ao vice-presidente, que pode ser um importante aliado nessa construção de País que desejamos”, disse Jerônimo Goergen.

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