quarta-feira, 8 de maio de 2013

COMPADRE CONVERSA COM COMADRE, E COMADRE VAI ENTREVISTAR LUIZ FERNANDO ZACHIA, NA CASA DO COMPRADRE, PARA COMEÇAR A LIMPAR A IMAGEM DO DECAÍDO DO MEIO AMBIENTE E DO LIXO DE PORTO ALEGRE

Zachia, na casa do "compadre" Barrionuevo
O jornal Zero Hora, nesta terça-feira, publicou a primeira grande entrevista concedida pelo ex-secretário do Meio Ambiente de Porto Alegre, Luiz Fernando Zachia, preso na segunda-feira da semana passada pela Polícia Federal, na Operação Concutare. Luiz Fernando Zacha ficou como hospéde do Presídio Central de Porto Alegre, no tempo em que não estava prestando intenso depoimento colaborativo na sede da Polícia Federal, no prédio Tio Patinhas, da Avenida Ipiranga, a pouco mais de 100 metros de distância do edifício sede do Grupo RBS, que edita Zero Hora. Pouco depois de ser liberado da prisão temporária, na sexta-feira, Luiz Fernando Zachia já começou a trabalhar para "limpar a imagem". Para isso foram contratados os serviços do empresário e jornalista José Barrionuevo, caríssimo profissional e especialista em "gestão de crise" e "gestão de imagem". No alvorecer desta terça-feira, Zero Hora chegou às bancas de revista contendo uma longa entrevista de Luiz Fernando Zacha, realizada pela jornalista Rosane de Oliveira para Zero Hora. Diz ela, no sexto parágrafo, antes de passar às perguntas e respostas:
"Essa e outras histórias foram contadas por Záchia na segunda-feira, na residência de um amigo, antes de gravar a entrevista reproduzida ao lado. Durante mais de duas horas, detalhou a chegada da Polícia Federal em sua residência". A fotofrafia que ilusta a matéria é creditada também para Rosane de Oliveira. Ou seja, para matéria tão importante, um furo em toda a imprensa gaúcha, ela não se preocupou em levar um fotógrafo profissional do jornal para registrar o evento. No texto, ela informa que a entrevista foi realizada na "residência de um amigo" (dele, Záchia). Rosane de Oliveira deveria ter precisado para seus leitores que a entrevista foi realizada na "residência de um amigo" dela, muito mais amigo dela, muito tempo antes do "amigo" ter se tornado "amigo" de Luiz Fernando Zachia. A "residência do amigo" é a do jornalista e empresário José Barrionuevo, gestor de imagem e de crise. Fica localizada na esquina da Rua Dona Laura com Mariante, a poucos metros da conhecida Avenida Independência. É um conjunto de dois apartamentos térreos do prédio, em um dos quais funciona a empresa de Barrionuevo, e o outro a sua residência. Rosane de Oliveira foi secretária de José Barrionuevo quando este tinha coluna política no jornal Correio do Povo. Quando ele se transferiu para a RBS, ela herdou a coluna. Anos mais tarde, ela também se mudou para a Zero Hora, e ficou novamente como substituta de Barrionuevo na coluna chamada Página 10. Quando Barrionuevo saiu da RBS, ela herdou a coluna e se tornou editora de Política. Rosane de Oliveira tem mais ligação pessoal com José Barrionuevo: ele é padrinho de sua filha. Ou seja, Barrionuevo é compadre de Rosane de Oliveira. E Rosane de Oliveira é comadre de José Barrionuevo. Então, compadre e comadre arranjaram uma entrevista na casa do "compadre", para começar a ser encaminhada a estratégia de limpeza, lavagem da imagem de Luiz Fernando Zachia, completamente corroída pela prisão na Operação Concutare. José Barrionuevo já tinha tido uma história com Luiz Fernando Zachia quando este foi presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Na época, para destacar a gestão do cliente, ele inventou a fabulosa idéia do "Pacto pelo Rio Grande". Não é preciso dizer que ninguém se prestou ao trabalho de repetir Oswaldo Aranha e unificar o Estado do Rio Grande do Sul para retirá-lo da crise estrutural que assola o poder público já há mais de 50 anos. Mas, dinheiro rodou a rolo,
Rosane Oliveira, Zachia, Barrionuevo
para financiar a fabulosa história. E Luiz Fernando Zachia conseguiu uma reeleição a deputado estadual sem grandes temores. Os problemas começaram a rondá-lo quando seu indicado para ocupar a diretoria administrativo-financeira do Detran, Hermínio Gomes, foi preso na Operação Rodin. E Zachia não conseguiu escapar, por mais que protestasse dizendo que não tinha nada a ver com Herminio. Foi indiciado e responde como réu na ação de improbidade civil da Operação Rodin, que tramita na Vara Federal em Santa Maria. Em 25 de outubro do ano passado, Videversus cobrou do recém reeleito (na época) prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), sobre a inconveniência de nomear para a poderosa Secretaria do Meio Ambiente da capital gaúcha alguém que já era réu em ação de improbidade civil. Fortunati achou que isso não era impedimento, deve talvez ter achado que era algo enaltecedor dessa cabeça coroada do PMDB gaúcho, e confirmou sua nomeação. O resto da história já é conhecido dos gaúchos. Agora, resta uma pergunta: por que Rosane de Oliveira omitiu dos leitores de Zero Hora, da opinião pública gaúcha, que a entrevista com Luiz Fernando Zachia tinha sido feita na casa de seu compadre (compadre dela)? E terá se encarregado de fazer as fotos para que ninguém testemunhasse que a entrevista arranjada por seu compadre, tinha sido feito na residência do próprio compadre dela? Se asssim foi, então foi uma tremenda ingenuidade, porque a fotografia feita por ela denunciou o local onde foi feita a entrevista. Muitas pessoas conhecem a residência do poderoso empresário e jornalista (especialista em gestão de crise e de imagem) José Barrionuevo, o bafejado pelo "Agnus Dei".

Um comentário:

Eduino de mattos disse...

FARINHA DO MESMO SACO.