terça-feira, 7 de maio de 2013

Começa julgamento histórico de neonazistas na Alemanha


Um dos maiores julgamentos de neonazistas do pós-guerra na Alemanha teve início nesta segunda-feira, em Munique (sul), para julgar nove casos de assassinatos racistas após uma investigação marcada por escândalos e acusações de negligência que embaraçaram as autoridades alemães.
O caso, revelado no final de 2011, colocou em evidência o perigo subestimado das redes de extrema-direita alemãs. A principal ré, Beate Zschaepe, 38 anos, acusada de ter participado de 10 assassinatos, compareceu ante o tribunal nesta manhã de calça social preta e camisa branca.
De aspecto elegante, esta mulher da ex-RDA, única sobrevivente de um trio neonazista, apareceu publicamente pela primeira vez desde que se entregou à polícia no dia 8 de novembro de 2011, depois de uma perseguição de quatro dias por toda a Alemanha. Braços cruzados e bastante magra, argolas de prata nas orelhas, ela permaneceu de pé por vários minutos, de costas para as câmeras, cercada de policiais na sala do tribunal. Beate Zschaepe, que viveu na clandestinidade por 13 anos, pode permanecer presa por longos anos. Ela responderá por participação em nove assassinatos xenófobos e pela morte de um policial em 2007. Ela também é suspeita de estar envolvida em dois atentados contra comunidades estrangeiras e 15 assaltos a banco, segundo a ata de acusação. Os dois outros membros do grupo, Uwe Bhnhardt, 34 anos, e Uwe Mundlos, 38 anos, os supostos assassinos, se suicidaram em 4 de novembro de 2011, quando estavam prestes a ser descobertos pela polícia depois de roubarem um banco. Quatro outras pessoas, suspeitas de fornecerem ajuda logística ao grupo de assassinos, também se sentaram ao lado de Zsch¤pe no banco dos réus. Diante deles, mais de 70 entidades civis, principalmente parentes das vítimas, que esperam ouvir porque seu pai, irmão ou filho foram mortos entre 2000 e 2006, e por que a polícia cometeu tantos erros durante a investigação.

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