quarta-feira, 3 de abril de 2013

Prefeito Fortunati manda fazer viaduto sobre a Avenida Ipiranga, mas esquece de negociar terreno com o Exército

O governo do prefeito José Fortunati (PDT), na prefeitura de Porto Alegre, está disputando celeremente o título de um dos mais atrabiliários da história da cidade. Agora, uma obra grande, o viaduto sobre a Avenida Ipiranga, está parada há oito meses porque Fortunati mandou fazer a obra antes de conversar e se acertar com o Exército Brasileiro. Ocorre que, pelo projeto da obra, uma alça do viaduto deve passar por pedação do terreno do 3º Regimento da Cavalaria de Guarda. O viaduto deve ligar a Avenida Aparicio Borges com a sua continuidade, a Avenida Salvador França. O Exército Brasileiro, muito naturalmente, não quer perder na mão grande uma área de 80 metros de seu valiosíssimo terreno na Avenida Ipiranga, bem pertinho do campus da PUC. O viaduto faz parte de uma série de obras de mobilidade que estão ocorrendo na Terceira Perimetral, que incluem também o viaduto da Carlos Gomes sobre a Plínio Brasil Milano e as passagens de nível na Anita Garibaldi e Ceará. As obras do viaduto começaram em agosto de 2012. Com investimentos no valor de R$ 69,6 milhões, sua conclusão era prevista para maio de 2014. O viaduto terá extensão total de 540 metros, com seis faixas de tráfego, incorporando estação de ônibus do corredor da Terceira Perimetral. Para a continuidade da obra, é necessária a liberação da área por parte do Exército, o que ainda não ocorreu. Na semana passada, o secretário de Gestão, Urbano Schmitt, esteve em Brasília para tratar do assunto, mas de novo não conseguiu nada. As negociações para a liberação já duram seis meses. Essa obra não é um caso único. O prefeito Fortunati também mandou tocar a obra de extensão da Avenida Severo Dullius sem se interessar em saber a quem pertencia o terreno, e como era o solo da área. Fez o projeto, pegou o dinheiro do governo Dilma na Caixa Econômica Federal, e agora está pagando pedágio pela sua manutenção em conta, enquanto a obra não saírá. Ele emitiu um decreto declarando a área de utilidade pública, para fins de desapropriação. Ocorre que, para fazer a avenida, ele precisaria remover cerca de 200 mil toneladas de lixo, das cerca de 15 milhões de toneladas de lixo jogadas na área, no antigo lixão da zona norte, na altura da cabeceira do aeroporto Salgado Filho. Fortunati, de maneira atrabiliária, também realizou procedimento para contratar empresa para remover o lixo, tudo isso sem qualquer autorização da Fepam para manipulação de tal quantidade de lixo (200 mil toneladas de lixo - para se ter uma idéia, Porto Alegre coleta, diariamente, cerca de 1.300 toneladas). Fortunati só se esqueceu de verificar a decisão contida em processo julgado na 5ª Vara da Fazenda Pública, que obriga a Prefeitura de Porto Alegre a apresentar um plano detalhado de remediação ambiental da área, antes de qualquer outra iniciativa. Da mesma forma não sairá o prolongamento da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho, porque seria necessário remover um milhão de toneladas de lixo do lugar para dar firmeza ao terreno em outro aterramento. Para a Copa do Mundo, os turistas serão atendidos mesmo em tendinha a ser armada na Base Aérea de Canoas. Nem a África do Sul apresentou tamanho vexame na Copa do Mundo.

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