terça-feira, 16 de abril de 2013

Política antidrogas do Brasil não é eficiente, diz ex-ministro da Justiça


José Gregori, ex-ministro da Justiça, que atuou no segundo mandato do então presidente Fernando Henrique Cardoso, disse nesta terça-feira que a atual política brasileira antidrogas não é eficiente para evitar a adesão de novos consumidores. Ele falou com jornalistas antes de audiência com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que relata processo sobre o tema. Na segunda-feira, sete ex-ministros da Justiça dos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula encaminharam ofício ao Supremo apoiando o fim da punição a drogados que portam drogas para consumo próprio. Além de Gregori, também assinaram o documento Nelson Jobim, José Carlos Dias, Aloysio Nunes, Miguel Reale Júnior, Márcio Thomaz Bastos e Tarso Genro. Estão todos absolutamente errados, porque drogado é um cúmplice do traficante. De acordo com Gregori, o Brasil avançou em 2006 ao aprovar a primeira Lei Antidrogas, mas falhou ao manter uma estrutura policialesca em relação aos drogados. “A juventude fica ainda menos acessível quando se tem uma receita impositiva, uma receita policial, para querer tirar de um mau encaminhamento que o jovem deu para a vida”. O ex-ministro disse que todos os signatários ficaram insatisfeitos com as políticas sobre drogas em vigor durante suas gestões, mas que agora o País está mais preparado para discutir o tema. “O fato de as estatísticas criminais serem tão altas mostra que temos que reavaliar políticas, e sem dúvida uma questão muito sensível à violência é a questão das drogas”, disse ele. Gregori defende a revogação da prerrogativa policial de determinar quais são as quantidades para consumo próprio e para tráfico. Ele acredita que o Supremo pode explicitar esses limites ao julgar processo sobre o tema. Quando é que esses sujeitos vão parar de dar opiniões sem consultar o povo? Convoquem um plebiscito sobre a questão e todos terão a resposta sem qualquer sombra de dúvida, assim como tiveram no malfadado plebiscito do desarmamento.

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