A
resistência do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, em
levar a julgamento do plenário os recursos de réus do Mensalão do PT, mobilizou
ministros do tribunal. Mesmo aqueles que votaram pela condenação maciça dos
réus consideram um erro do ministro deixar engavetados pedidos da defesa para
que os prazos de recursos contra a condenação sejam estendidos. Ao final da
sessão da última quinta-feira, jornalista presenciaram a conversa inicialmente
entre o decano do tribunal, ministro Celso de Mello, com o presidente da Corte.
Depois, juntaram-se Dias Toffoli e Luiz Fux. Celso de Mello fazia uma
ponderação, em tom de apelo, para que Joaquim Barbosa levasse os recursos
movidos pelos advogados a plenário antes da publicação do acórdão do
julgamento. Celso de Mello argumentara que a resposta ao pedido dos advogados
por mais prazo é um tema sensível e diz respeito à garantia ao direito de
defesa. Além disso, ele lembrou a Barbosa, o andamento do processo poderia ser
prejudicado se os agravos não fossem julgados antes da publicação do acórdão.
Afinal, o prazo para recursos estaria correndo com questões prévias pendentes
de decisão do plenário. Nas palavras de Celso de Mello, o julgamento dessas
questões prévias pelo plenário evitaria dúvidas sobre o procedimento do
tribunal. E esvaziaria, como disse um integrante da Corte, qualquer discurso de
que o tribunal perseguiu os réus por não ter julgado os recursos a tempo. Ainda
na conversa, Celso de Mello alertou que a condução do processo do Mensalão do
PT seguiu “tão bem” ao longo dos sete anos de tramitação. Não poderia, na reta
final, sofrer percalços.
Nenhum comentário:
Postar um comentário