quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ministro petista Celso Amorim diz não ter 'bola de cristal' sobre compra de caças para a Aeronáutica


A poucos meses da aposentadoria dos caças Mirage 2000 B/C, núcleo da envelhecida linha de frente da Força Aérea Brasileira (FAB), prevista para 31 de dezembro de 2013, o ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira não ter "bola de cristal" para dizer se o Brasil fechará ainda este ano a compra dos novos jatos de combate. Na abertura da 9ª Laad Defesa e Segurança 2013, feira de armamentos bianual que se realiza no Riocentro, o ministro destacou a "urgência" do Projeto FX-2, que prevê a compra de 36 modernos caças de combate e é avaliado em até US$ 3 bilhões (cerca de R$ 6 bilhões), mas não mencionou prazo para conclusão. O negócio arrasta-se desde o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando começou ainda como FX-1, e é disputado pela Boeing (EUA), Dassault (França) e Saab (Suécia). "Tenho grande expectativa sobre o fechamento do negócio ainda este ano, mas não tenho bola de cristal", afirmou, com certa irritação, ao lado do vice-presidente Michel Temer. Um pouco antes, no discurso de abertura, Amorim destacou: "O governo tem plena consciência a urgência do Projeto FX-2, que deverá se realizar levando em conta tanto aspectos operacionais quanto aspectos de transferência de tecnologia." Em 2006, o projeto foi remodelado e ampliado, passando de FX-1 para FX-2". Desenvolvidos nos anos 1980, os 12 Mirage 2000 B/C da FAB deixarão de voar, oficialmente, em 31 de dezembro de 2013, segundo o Livro Branco de Defesa Nacional. Deveriam ser substituídos, a partir de 2015, por novos caças - a disputa está entre o Super Hornet da Boeing, o Rafale da Dassault e o Gripen da Saab. Cortes de verbas, inicialmente, e dúvidas posteriores cercando a transferência de tecnologia, considerada inegociável pelo governo brasileiro, atrasaram o projeto. Até a chegada dos novos aviões, os Mirage serão substituídos por caças Northrop F-5 Tiger II, reformados pela Embraer. Apesar da remodelação, são aviões mais antigos do que os de países vizinhos, como Peru e Venezuela, e sua vida útil também não será longa: acabará em 2020.

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