quarta-feira, 3 de abril de 2013

Ministério Público pede investigação sobre empresa de segurança da boate assassina Kiss


O Ministério Público quer verificar se o dono da empresa de segurança que prestava serviços à boate assassina Kiss tem responsabilidade criminal na tragédia que ceifou 241 vidas. A apresentar, na tarde de terça-feira, a primeira etapa da denúncia do caso, os promotores pediram que as investigações sobre a atuação dos seguranças — terceirizados ou diretamente ligados à casa noturna — sejam aprofundadas. O Ministério Público também quer apuração sobre se a empresa Sniper estava com todos requisitos legais em dia, inclusive, a comprovação de que os funcionários tinham mesmo treinamento para o trabalho que executavam. Há suspeitas de que seguranças dificultaram a saída de frequentadores quando o fogo se iniciou dentro da boate, na madrugada de 27 de janeiro, exigindo o pagamento das comandas.  Ao concluir o inquérito, a polícia registrou que 84 pessoas afirmaram que os seguranças impediram a saída das vítimas e que 18 testemunhas relataram que não havia treinamento para uso de extintores nem orientação para evacuação em grandes tumultos ou incêndios. Nenhum segurança foi indiciado pela polícia na conclusão do inquérito. O Ministério Público  quer esmiuçar o funcionamento deste trabalho dentro da boate e apurar eventuais responsabilidades. Além da reinquirição do dono da empresa Sniper, Éverton Drusião, os promotores querem que todos os seguranças sejam ouvidos novamente para que fique especificado quem fazia trabalho terceirizado pela Sniper e quem era diretamente contratado pelos sócios da boate. O Ministério Público também destacou na denúncia que funcionários da Sniper revelaram em depoimento à polícia que não eram treinados para lidar com o público ou para atuar em situações de risco. Ao depor no inquérito, Drusião sustentou que todos eram treinados, mas não apresentou documentação comprovando isso. Outro ponto sobre o qual os promotores Maurício Trevisan e Joel Oliveira Dutra querem esclarecimentos é quanto ao funcionamento e fiscalização da Sniper. O Ministério Público quer que o comando do Grupamento de Supervisão de Vigilância e Guardas da Brigada Militar informe como são feitos a fiscalização e o controle das empresas de segurança desarmada, como é o caso da Sniper. Também que esclareça se as atividades licenciadas pela Brigada Militar à empresa de Drusião abrangem a prestação de serviço de segurança privada em casa noturna. Em documentação que consta da investigação, a Sniper tem alvará fornecido pelo grupamento da Brigada Militar para prestar serviços de portaria e zeladoria patrimonial.

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