domingo, 7 de abril de 2013

Família de banqueiro judeu pede devolução de quadro de Picasso roubado pelos nazistas


Os herdeiros de um banqueiro judeu, cuja coleção de arte foi roubada pelos nazistas, pediram à justiça americana a devolução de uma tela de Pablo Picasso (1881-1973), atualmente em exposição em Munique, no sul da Alemanha, informaram os advogados da família. Os parentes do banqueiro e colecionador de arte Paul von Mendelssohn-Bartholdy solicitaram à corte do distrito de Nova York a devolução da pintura "Madame Soler", que faz parte do período azul de Picasso e hoje é avaliada em US$ 100 milhões, segundo um representante da família, John Byrne. Mendelssohn-Bartholdy, banqueiro e colecionador pertencente a uma família judia-alemã descendente do compositor Félix Mendelssohn, tinha deixado a obra em custódia junto a um marchand, Justin Thannhauser, em 1934. O banqueiro, cujo patrimônio tinha reduzido drasticamente pelas leis nazistas contra os judeus, tinha sido forçado a vender 16 pinturas, entre elas "Madame Soler", para obter dinheiro vivo. Não está claro se a obra foi comprada por Thannhauser ou se simplesmente ele recebeu o encargo de guardá-la, mas o advogado afirma que a entrega foi "forçada" pelo regime nazista. Em 1964, a tela foi comprada por Halldor Soehner a Thannhauser, a um preço de 1,6 milhão de marcos da época, em Nova York. Soehner, diretor de patrimônio público da Baviera e ex-nazista, não fez nenhuma pergunta sobre a origem da pintura, segundo a demanda. "Madame Soler", que data de 1903, está exposta no Museu de Arte Moderna de Munique. Outras obras de arte pertencentes ao banqueiro, morto em 1935 de um ataque ao coração, foram objeto de acordos amigáveis e algumas delas fazem parte hoje do acervo do Museu de Arte Moderna (MoMa), em Nova York.

Nenhum comentário: