terça-feira, 16 de abril de 2013

Delegado diz que policial ajudou a financiar assassinato de juíza carioca, mas defesa desqualifica provas


O delegado Felipe Ettore, primeira testemunha a depor no julgamento do policial militar Carlos Adílio Maciel Santos, disse que o réu ajudou a financiar o assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto de 2011. O policial militar é o quinto acusado a ser julgado pela morte da magistrada do Tribunal do Júri de São Gonçalo, assassinada com 21 tiros quando chegava em casa, na noite de 11 de agosto daquele ano. Patrícia Acioli era conhecida por ser linha dura contra desvios cometidos por policiais. Segundo a denúncia oferecida à Justiça, isso teria desagradado um grupo de policiais, que executava criminosos e lucrava semanalmente pelo menos R$ 11 mil com a extorsão a bandidos de favelas daquele município. No início de 2011, o grupo teria planejado a morte da juíza. No dia do assassinato, o policial Carlos Adílio estava preso há quase um mês, por determinação da própria magistrada, acusado de executar um jovem em uma favela de São Gonçalo. Mas, segundo Ettore, que investigou o assassinato de Patrícia Acioli, antes mesmo da prisão, Carlos Adílio havia concordado em matar a juíza. Além disso, ele teria aceitado abrir mão do lucro ilícito de duas semanas para financiar a morte da juíza. “Interessava a todos os integrantes do GAT (Grupo de Ações Táticas do qual participavam os dez policiais) que houvesse menos rigor da Justiça e isso abrisse caminho para as extorsões prosseguirem. Ele participou da trama para matar a juíza, sabia que isso ia ocorrer e custeou o crime, já que abriu mão de seu espólio das extorsões. A moto e o carro usados no assassinato foram comprados com esse dinheiro ilícito”, disse Ettore.

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