quinta-feira, 25 de abril de 2013

Classes D e E cortam em 11% compra de produtos básicos


Pressionada pela alta de preços dos alimentos, a inflação de produtos acumulada em 12 meses ultrapassou, pela primeira vez desde novembro de 2011, a de serviços em fevereiro e março. A reação a essa mudança foi imediata: as classes de menor renda, D e E, que gastam a maior fatia do que ganham com produtos, frearam as compras e cortaram em 11% as quantidades consumidas de itens básicos, especialmente alimentos, no primeiro bimestre ante o mesmo período de 2012. Isso é o que mostra um estudo da Federação do Comércio (Fecomércio) de São Paulo, que captou a mudança do perfil da inflação a partir de dados do IPCA para a cidade de São Paulo, e uma pesquisa da Kantar Worldpanel, que visita semanalmente 8,2 mil domicílios no País para radiografar o consumo. "Fizemos uma edição extra da nossa pesquisa de consumo porque a indústria estava preocupada", diz Christine Pereira, diretora da Kantar Worldpanel. No primeiro bimestre, antes de o governo desonerar os produtos básicos, o consumo da cesta, para todas as classes sociais, de 78 categorias de itens pesquisados, caiu 5% em número de unidades na comparação com igual período de 2012. Nessa mesma base de comparação, a quantidade ficou estável para as classes A e B e caiu 3% para a classe C. O tombo nas quantidades consumidas ocorreu nas classes D e E, exatamente aquelas que sustentaram o crescimento das vendas de itens básicos em 2012, observa Christine. No ano passado, as classes D e E tinham ampliado em 3% as quantidades compradas de itens da cesta e desembolsaram 9% a mais por isso. Agora, as famílias mais pobres cortaram em 11% as compras e tiveram um gasto em reais 6% maior por causa da disparada da inflação.

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