domingo, 3 de março de 2013

Tribunal de Contas do Distrito Federal detecta prejuízo de R$ 72 milhões em obras do Estádio Nacional de Brasília


Auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal detectou irregularidades nos custos da obra de cobertura do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, com prejuízo de R$ 72 milhões aos cofres públicos. Por isso, determinou à Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) a imediata retenção de pagamentos ao Consórcio Entap-Protende-Birdair, responsável pela cobertura. De acordo com informação divulgada na sextga-feira pelo  Tribunal de Contas, o Núcleo de Fiscalização de Obras do tribunal constatou incompatibilidades entre a execução dos serviços, as medições e pagamentos a serem feitos, que resultam, a princípio, em prejuízo superior a R$ 72 milhões. A auditoria identificou duplicidade de custos em relação à elaboração de projetos e à administração da obra, além da antecipação de pagamento por material posto na obra. Depois de fazer análises por amostra, solicitação de informações, vistorias in loco e avaliação de documentos, a fiscalização do Tribunal de Contas do Distrito Federal verificou também gasto elevado em função da utilização de dupla membrana no projeto de cobertura. Artifício que não foi previsto nos projetos dos outros estádios que vão sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, "justamente por não ser essencial e encarecer a obra”. A auditoria do Tribunal de Contas registrou ainda que o projeto executivo de cobertura do Estádio Mané Garrincha foi feito por empresas envolvidas tanto na elaboração do projeto básico como no fornecimento da cobertura. Além disso, essas mesmas empresas têm promovido alterações em seus próprios projetos, inclusive apresentando erros de estimativa de quantitativos na planilha orçamentária licitada, e com isso provocam adicional de custo às obras. Outro erro relevante, de acordo com o TCDF, está relacionado aos impostos pagos. A Novacap não tomou todas as providências para adequar os preços contratados à desoneração tributária promovida pelo Programa Recopa (Lei 12.350/10) para reduzir os valores pagos. Dos R$ 173,912 milhões previstos no contrato, pelo menos R$ 59,042 milhões são materiais importados, equivalentes a 42,3% do total contratado. Passíveis, portanto, dos descontos sobre impostos de importação contemplados no Recopa.

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