quinta-feira, 7 de março de 2013

Sob protestos dos gayzistas, deputado pastor Marco Feliciano é eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara


Depois de uma sessão novamente tumultuada, o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), que é pastor, foi eleito na manhã desta quinta-feira presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Com 11 votos favoráveis e um em branco, o deputado, que é contra o casamento gay, como também contra as relações homossexuais, tentou virar o jogo ao assumir a presidência: “Sei o que é ser discriminado”. Nas reuniões para eleger o novo comandante da comissão – a primeira, na quarta-feira, foi suspensa devido à agitação promovida pelos gayzistas, o deputado preferiu não responder às críticas. Os gayzistas ocuparam o plenário e tumultuaram a sessão. Nesta quinta-feira, sem a presença dos gayzistas, o pastor reafirmou que jamais foi racista. “Se caso houvesse cometido o crime de racismo teria de pedir perdão para a minha mãe que, apesar de não ter a cor negra, tem o sangue negro, os lábios negros. O coração dela é negro, assim como eu também sou”, disse, logo após ser eleito. Em 2011, o parlamentar escreveu no Twitter que os africanos são “acompanhados por uma maldição desde os tempos de Noé”. Percebendo que não conseguiriam evitar a eleição do pastor, alguns parlamentares abandonaram a sessão antes do início da coleta de votos. O primeiro a sair, Jean Wyllys (PSOL-RJ), anunciou que não integrará mais a Comissão de Direitos Humanos. “Isso é uma farsa, uma manobra para destruir a comissão. Estou saindo”, afirmou, chorando. O presidente Domingos Dutra (PT-MA) também se retirou. Ele, que ainda estuda se permanecerá ou não no colegiado, culpou o presidente da Câmara pela confusão: “A responsabilidade é toda do Henrique Eduardo Alves. Ele restaurou a ditadura. Isso significa que essa Casa vai ser a do massacre. Massacre ao negro, ao índio, ao quilombola". Em todo o momento houve esforço por parte dos parlamentares contrários à eleição de Marco Feliciano para suspender a sessão. A deputada Érika Kokay (PT-DF) questionou a legalidade do ato convocatório, que não explicitou que a reunião seria a portas fechadas, de forma a evitar a entrada de manifestantes. Em concordância com a correligionária, o presidente da comissão, Domingos Dutra (PT-MA), chegou a se emocionar. “Não aceito. Se o povo brasileiro não pode entrar no plenário, isso é ditadura. Isso é fundamentalismo”.

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