quinta-feira, 28 de março de 2013

PT vs. PMDB - no Rio de Janeiro, a guerra entre a máfia do guardanapo e a turma da propina


Após a divulgação de inquérito no qual é investigado por suposta cobrança de propina quando esteve à frente da Prefeitura de Nova Iguaçu, o senador Lindbergh Farias (PT) afirmou que se tornou opositor do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). O desembarque da gestão peemedebista, porém, tem resistência dentro do PT. De acordo com a revista "Época", que revelou detalhes da investigação, o material faz parte de dossiê produzido pelo PMDB do Rio de Janeiro contra o petista, pré-candidato ao governo do Estado. A sigla, que defende a candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), nega ter reunido os documentos. Cabral também afirmou não estar envolvido na divulgação do caso. De acordo com a revista, os papéis mostram depoimentos de Elza Araújo, ex-chefe de gabinete da Secretaria de Finanças de Nova Iguaçu, segundo os quais Lindbergh exigiria propina de empresas contratadas pelo município para pagar despesas pessoais dele e de parentes. Os documentos integram inquéritos abertos em 2007 pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal do Rio de Janeiro enviados ao Supremo Tribunal Federal após a eleição do petista ao Senado, quando passou a ter foro privilegiado. A investigação está sob segredo de Justiça por conter a quebra de sigilo bancário do senador e de familiares. Lindbergh nega as acusações e afirma que o Ministério Público Federal no Rio pediu que a investigação não fosse enviada ao Supremo por não haver indícios suficientes. A divulgação do suposto dossiê fez com que o senador atacasse Cabral. "Eles querem jogar todo mundo na lama", disse o senador no último fim de semana: "Eles (o PMDB) me jogaram no terreno da oposição". Lindbergh, porém, encontra dificuldades no PT para emplacar o desembarque da gestão Sérgio Cabral. No início do mês, o senador anunciou que o partido discutiria a entrega das duas secretarias que comanda no Estado (Ambiente e Assistência Social). O debate, no entanto, sequer foi feito na Executiva Estadual. "Essa discussão nunca foi do partido", disse o presidente regional do PT, Jorge Florêncio, que defende a candidatura do senador. O presidente regional do PMDB, Jorge Picciani, criticou a reação do senador: "Em vez de ficar gastando energia tentando inverter a situação, o senador poderia responder à Justiça". O PMDB do Rio de Janeiro ameaça não apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff caso o PT não apoie Pezão e lance Lindbergh como candidato. O recado foi repassado ao ex-presidente Lula em reunião com Cabral e Pezão. Lula disse que não vai pedir para que o senador desista de concorrer em 2014, como fez em 2010. Mas, ao mesmo tempo, afirmou que a prioridade é o "projeto nacional", de reeleição da presidente Dilma. "Lindbergh pode ser candidato sem causar problema", disse o ex-presidente.

Nenhum comentário: