segunda-feira, 11 de março de 2013

Polícia Civil gaúcha acha que pode ter encontrado falha crucial na sucessão de erros da boate assassina Kiss


O projeto de reforma do prédio para a instalação da boate assassina Kiss não foi aprovado pela prefeitura de Santa Maria. Graças a normas legais, que não exigem a aprovação do projeto para a concessão da licença de funcionamento, a boate Kiss teria recebido o alvará de localização. Para a instalação da boate, em 2009, foi feito um Projeto de Reforma sem Ampliação do Imóvel. Este tipo de projeto tem o objetivo de adequar o prédio às medidas de segurança exigidas para a nova atividade (antes da boate, funcionava no local um cursinho pré-vestibular) e fica arquivado na prefeitura para consultas. No dia 27 de julho de 2009, a arquiteta Cristina Gorski Trevisan entrou com um requerimento (número 21399/09) no Escritório da Cidade (autarquia da prefeitura), pedindo aprovação do Projeto de Reforma sem Ampliação do Imóvel do prédio para que, então, a boate pudesse funcionar. A arquiteta fez uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do projeto no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS). Na prefeitura, o documento foi avaliado pelo arquiteto Rafael Escobar de Oliveira. Ele afirmou que pediu que fossem feitas 29 modificações no projeto, sendo que uma delas se referia a portas de emergência. Em 17 de setembro de 2009, o projeto foi entregue à arquiteta Cristina Gorski Trevisan. A partir da entrega, começou a correr um prazo de 60 dias para o retorno do projeto à prefeitura com as modificações exigidas. Não há registro conhecido de que o projeto tenha retornado à prefeitura. O que existe são seis multas, no valor de R$ 15 mil, que mostram que a boate assassina Kiss começou a funcionar de maneira clandestina quatro dias depois de a arquiteta enviar o projeto de reforma, em 31 de julho de 2009.

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