sábado, 30 de março de 2013

Pela primeira vez, Papa Francisco incluiu mulheres na celebração da 5ª Feira Santa


Duas moças estavam entre as 12 pessoas que tiveram os pés lavados e beijados pelo Papa Francisco na tradicional cerimônia da Quinta-Feira Santa, realizada em um centro de detenção de menores infratores nos arredores de Roma. É a primeira vez que um Papa inclui mulheres no rito. A Missa de Lava-Pés evoca um gesto de humildade de Jesus com seus apóstolos na véspera da crucificação. Um porta-voz do Vaticano disse ainda que, das 12 pessoas que tiveram os pés lavados, duas eram internos muçulmanos do centro de detenção, chamado Casal del Marmo. O local da celebração também marca outro ineditismo por parte do novo Papa. Desde que há registros, a Missa de Lava-Pés sempre foi celebrada pelos Papas nas basílicas de São Pedro ou São João de Latrão. Francisco disse que escolheu o reformatório juvenil porque desejava estar perto dos sofredores. Na época em que era arcebispo de Buenos Aires, o cardeal argentino Jorge Bergoglio já havia incluído mulheres na celebração do Lava-Pés. Numa homilia breve e improvisada, o Papa disse aos jovens internos que todos, inclusive ele, precisavam estar a serviços dos outros. "É o exemplo do Senhor. Ele era o mais importante, mas lavou os pés dos outros. O mais importante deve estar a serviço dos outros", disse ele. Em uma missa na manhã da quinta-feira, no Vaticano, o Papa Francisco pediu aos padres católicos que se dedicassem aos pobres e sofredores, em vez de se preocuparem em fazer carreira como "administradores" da Igreja. Sua homilia na primeira cerimônia da Quinta-Feira Santa foi mais um sinal desde sua surpreendente eleição, há duas semanas, da sua determinação de colocar a Igreja mais perto dos pobres. "Precisamos sair, então, a fim de experimentar nossa própria unção (como padres) ... até as periferias, onde há sofrimento, derramamento de sangue, a cegueira que anseia por visão, e prisioneiros servos de muitos senhores maus", disse ele em missa na Basílica de São Pedro. O argentino de 76 anos assumiu a Igreja Católica após o escândalo resultante do vazamento de documentos que mostravam supostos casos de corrupção e disputas internas na Cúria Romana. Na missa, que marca o início de quatro dias de intensa atividade até a Páscoa, Francisco disse que os padres não devem se acomodar na "introspecção". "Aqueles que não saem por si mesmos, em vez de serem mediadores, gradualmente se tornam intermediários, gestores. Sabemos a diferença: o intermediário, o gestor ... não põe sua própria pele e seu próprio coração na linha de frente, nunca escuta uma palavra calorosa e compungida de agradecimento", disse. Dirigindo-se aos cerca de 1.600 padres de Roma presentes à missa, o Papa disse que os que não vivem em humildade, perto do povo, correm o risco de se tornar "colecionadores de antiguidades ou novidades - ao invés de serem pastores vivendo com ‘o cheiro das ovelhas'".

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