quarta-feira, 20 de março de 2013

Governo petista de Brasilia usa ONU para fazer compras sem licitação para estádio Mané Garrincha


Com dificuldades para concluir seu estádio antes da Copa das Confederações, o governo petista de Brasília tomou uma atitude quase inédita: pediu socorro para a ONU. O governo do Distrito Federal assinou nesta semana um acordo de R$ 35 milhões com duas agências da entidade para que adquiram serviços e itens como barracas, geradores e câmeras de segurança. O contrato é um dos mais claros sinais de que o Brasil está atrasado na construção dos estádios e de outras obras importantes para eventos esportivos que irá sediar. A Copa das Confederações, em junho, é um evento-teste para a Copa do Mundo, um ano depois. A vantagem da ONU é que ela pode adquirir produtos e serviços sem passar pelos complexos e demorados processos de licitação exigidos pela lei brasileira. Mas isso comprova como é ordinário esse governo petista de Brasília, que não realizou em tempo as licitações necessárias. O governo petista estava cansado de saber dos prazos, tinha todo tempo do mundo para realizar as licitações. Como o Estádio Nacional Mané Garrincha tem apenas 87% das suas obras já realizadas, e a Fifa espera recebê-lo em meados de abril, agora o fator tempo se tornou crucial. É assim que os governichos fazem, deixam o prazo se esgotar para escapar das licitações. "Com o curto cronograma e a necessidade de focar na conclusão do estádio, o governo do Distrito Federal não conseguiu fazer a compra a tempo por meio de licitação pública", disse Arnaud Peral, representante-adjunto do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil. E, como se vê, a ONU se presta para essa cumplicidade. Algumas das estruturas temporárias a serem adquiridas pelas agências da ONU para a Copa das Confederações continuarão disponíveis para os setes jogos da Copa do Mundo a serem disputados em Brasília em 2014, segundo Peral. Boaz Paldi, porta-voz do PNUD em Nova York, disse que o acordo com o Brasil "não é inteiramente inédito" e que o valor do contrato ainda pode aumentar. Ele disse que o PNUD já auxiliou no passado projetos relacionados aos Jogos Pan-Americanos e que a agência ganhará "visibilidade" no Brasil devido à sua participação. Um porta-voz do governo do Distrito Federal disse que o governador Agnelo Queiroz (PT) tem por regra não comentar os contratos da capital. Não é a primeira vez que o Brasil se vale da "experiência" de agências da ONU. No ano passado, para o evento ambiental Rio+20, o PNUD colaborou para garantir a transparência dos processos de aquisição e também a acessibilidade para pessoas com deficiências, a sustentabilidade ambiental e a inclusão social. A Fifa já alertou que o Brasil não pode mais ter atrasos nas obras. O novo estádio de Brasília, com 70 mil lugares, será o segundo maior da Copa de 2014. Ainda falta cobri-lo, instalar acessórios e plantar a grama. Antes da Copa das Confederações, o estádio deve receber dois jogos: a final do Campeonato Brasiliense, em 18 de maio, e a primeira rodada do Campeonato Brasileiro, entre Santos e Flamengo, uma semana depois.

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