sábado, 23 de março de 2013

Governo do Rio de Janeiro pode enfrentar ação judicial por violência na desocupação do Museu do Índio


As defensorias públicas do Estado e da União, o Ministério Público da União e parlamentares que participaram da negociação de saída dos ocupantes do antigo Museu do Índio, na zona norte do Rio de Janeiro, anunciaram que vão entrar com medidas legais contra o governo fluminense por abuso de poder e violência. De acordo com depoimentos, autoridades públicas, índios e simpatizantes da causa foram agredidos durante a operação policial. O defensor público federal Daniel Macedo disse que foi pego de surpresa pela tropa de choque, “que saiu atirando para cima e jogando gás de pimenta de maneira indiscriminada”. O defensor adiantou a estratégia jurídica do processo: “Primeiramente, entraremos com provas documentais para apurar as responsabilidades". “Sem necessidade, atiraram em mim, o gás de pimenta acertou no procurador, nos defensores, não faz sentido isso, a negociação era frutífera”, denunciou Macedo. Mais tarde, o defensor informou que requisitará as imagens das emissoras de TV que acompanhavam a ação, para tentar identificar de quem partiu a ordem para a retomada do prédio. "Vamos solicitar essas imagens à imprensa para a gente tentar identificar de quem partiu esse comando e essas atitudes truculentas". O porta-voz da Polícia Militar, o coronel Frederico Caldas, negou que tenha havido truculência na operação policial, e argumentou que o uso da força foi feito para evitar um incêndio dentro do prédio. “Os índios saíram e os que ficaram lá alegaram que estavam fazendo uma resistência cultural. Um discurso ideologizado e político. Percebemos claramente que não haveria mais negociação, principalmente quando eles colocaram fogo no prédio”, declarou.

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