terça-feira, 12 de março de 2013

Ex-ditador argentino e outros quatros militares condenados à prisão perpétua


O ex-ditador Reynaldo Bignone e outros quatro ex-militares argentinos foram condenados nesta terça-feira à prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos no campo de extermínio de Campo de Mayo, informou o Centro de Informação Judicial da Suprema Corte. A sentença foi apresentada com base nas provas obtidas na investigação de crimes contra a humanidade cometidos em Campo de Mayo, conhecida como "Grávidas", já que incluiu os desaparecimentos de sete casais cujas mulheres esperavam filhos no momento dos sequestros. Além das cinco condenações à prisão perpétua, o tribunal ditou sentenças a penas de entre 12 e 25 anos de prisão para outros seis acusados. Bignone, de 85 anos, sobre quem pesa outra condenação à pena máxima, assim como outras duas sentenças de 25 e 15 anos de prisão, foi o último governante do regime militar, que deixou 30 mil desaparecidos, segundo organizações humanitárias. Durante o regime militar, Campo de Mayo se transformou no maior centro de extermínio de prisioneiros, e no hospital que funcionava no prédio havia uma maternidade clandestina onde as prisioneiras prestes a dar à luz eram alojadas. Após o parto, os bebês eram separados de suas mães, que, na maioria dos casos, continuam desaparecidas. As crianças depois eram entregues a famílias ligadas a militares ou a integrantes das forças de segurança. A organização humanitária Avós da Praça de Maio conseguiu até o momento a devolução de 108 das cerca de 500 crianças que foram roubados durante a ditadura. O nascimento de crianças no hospital de Campo de Mayo foi provado ao tribunal a partir de testemunhos de sobreviventes e de enfermeiras que atenderam as prisioneiras.

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