sábado, 23 de março de 2013

Estádio Nacional de Brasília vira plano B ao Itaquerão


Brasília poderá ficar com a abertura da Copa do Mundo de 2014 se o impasse no financiamento do estádio do Corinthians não for resolvido nas próximas semanas. A crise nas obras do Itaquerão já chegou ao governo federal que, nos próximos dias, convocará uma reunião de emergência entre o presidente do Corinthians, a Odebrecht, Andrés Sanchez, o prefeito Fernando Haddad e até o governo estadual de São Paulo. A meta é a de tentar salvar o projeto, no que seria a última cartada. Mas, no Planalto, funcionários de alto escalão do governo de Dilma Rousseff revelaram ao Estado que a possibilidade de Brasília ser a nova sede da abertura já é falada abertamente pela cúpula do governo e pelos organizadores da Copa. Para as autoridades, há muito em jogo nessa crise: a imagem do Brasil, prejuízos com contratos já assinados e mesmo custos para compensar a quebra de acordos. Nos últimos dias, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, tratou do assunto com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e com o secretário-geral Jérôme Valcke. O comunista Aldo Rebelo teria prometido que uma solução seria encontrada. Mas pessoas próximas ao ministro garantem que ele não esconde a preocupação com a falta de financiamento e a possibilidade real de transferir a abertura para Brasília. Andrés Sanchez, ex-presidente do clube e hoje responsável pelo Itaquerão, afirmou ao Estado nesta semana que é preciso receber o empréstimo do BNDES “em poucas semanas” para manter o cronograma das obras do estádio. O BNDES já liberou o dinheiro que seria repassado pelo Banco do Brasil ao Corinthians e Odebrecht. O problema é que a construtora não quer dar seus ativos como garantia para receber o dinheiro do BNDES, conforme exige o banco. E o Corinthians, por ser um clube, não pode receber o empréstimo diretamente. Dentro do governo, já se fala inclusive na possibilidade de que, sem a abertura da Copa, o estádio do Corinthians nem sequer seja utilizado no Mundial. A exclusão do Itaquerão não teria apenas consequências para a Copa. O Corinthians poderia acabar pagando caro. Isso porque o governo federal havia dado isenções tributárias de quase R$ 90 milhões na compra de material de construção para as obras. Mas a condição era de que o local fosse usado no torneio. Caso isso não ocorra, o contrato seria violado e o Corinthians teria de devolver aos cofres públicos o dinheiro da isenção.

Nenhum comentário: