sábado, 9 de março de 2013

Especialistas dizem que imagem da mulher na publicidade não reflete avanços sociais


A imagem da mulher na publicidade brasileira parou no tempo. Em pleno século 21, especialistas avaliam que a propaganda estacionou em 1950 – quando as imagens relacionavam mulheres jovens, bonitas e felizes ao trabalho doméstico – época em que o casamento podia ser anulado se a noiva não fosse virgem e mães perdiam a guarda dos filhos quando iniciavam outro casamento. Com olhar especial para a mídia, a professora Lola Aronovich, da Universidade Federal do Ceará, disse que a publicidade não acompanhou a escalada da escolarização feminina, a ascensão no mercado de trabalho e as mudanças no perfil da família brasileira. Os avanços, observa Lola, pouco modificaram os hábitos familiares: as tarefas domésticas continuam recaindo, na maioria das vezes, sobre as mulheres. Autora do livro "A Imagem da Mulher na Mídia - Controle Social Comparado", Rachel Moreno explicou que a publicidade se apropriou do poder de persuasão dos estereótipos, construídos em décadas passadas, e do peso das mulheres nas decisões de compra das famílias: 85% dos bens adquiridos decorrem de decisões femininas, de acordo com pesquisas mercadológicas. “Mesmo que seja uma cueca, a publicidade é voltada para mulher”, disse. Para Lola Aronovich, a publicidade mostra produtos de limpeza, domésticos, em geral, “sendo usados com prazer pela  mulher, que sempre aparece sorrindo, limpinha, mesmo que para muitas as tarefas domésticas não sejam tão realizadoras”.

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