segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Petrobras apresenta pior balanço desde 2004, lucra de apenas R$ 21,182 bilhões em 2012


A Petrobras teve lucro líquido de R$ 21,182 bilhões no ano passado, o menor patamar desde 2004, quando reportou lucro de R$ 16,887 bilhões. O resultado é também 36,42% menor do que o apurado pela estatal em 2011 (R$ 33,313 bilhões). No quarto trimestre, o ganho líquido alcançou R$ 7,747 bilhões no quarto trimestre de 2012, expansão de 53,44% em relação ao mesmo período de 2011. A estatal acumulou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) ajustado trimestral de R$ 11,944 bilhões, retração de 15,01% ante o quarto trimestre de 2011. A receita líquida de outubro a dezembro somou R$ 73,405 bilhões, alta de 12,49% em igual comparação. No acumulado anual, o Ebitda da Petrobras atingiu R$ 53,439 bilhões, queda de 14,15% em relação a 2011. A receita líquida de janeiro a dezembro somou R$ 281,379 bilhões, expansão de 15,24% em igual base comparativa. A divulgação do pior lucro anual da Petrobras desde 2004 é uma consequência dos fatores que levaram a estatal a apresentar, de abril a junho do ano passado, o primeiro prejuízo trimestral desde 1999. Na oportunidade, a companhia teve prejuízo líquido de R$ 1,346 bilhão principalmente em função do resultado negativo na área de abastecimento. O prejuízo da área responsável pela compra e venda de combustíveis foi de R$ 7,030 bilhões no intervalo. Curiosamente, a situação adversa enfrentada pela Petrobras em 2012 teve origem no aumento da demanda doméstica por seus produtos. A expansão da frota doméstica de veículos leves e a menor competitividade dos preços do etanol resultaram em um aumento da demanda por gasolina. Como a Petrobras opera no limite da capacidade de suas refinarias, a oferta interna do combustível é limitada e a estatal foi obrigada a aumentar o volume de gasolina importada. O Brasil também é dependente de diesel de outros países. Os preços dos dois combustíveis no mercado internacional, porém, estavam acima dos valores praticados pela Petrobras no mercado doméstico, o que ocasionou consecutivos prejuízos na atividade de abastecimento. Para contornar a situação, a diretoria da Petrobras insistiu na necessidade de reajustar os valores do mercado doméstico, o que foi aceito pelo governo federal em meados do ano passado. A gasolina A foi reajustada nas refinarias em 7,83% em 25 de junho. O diesel recebeu dois reajustes, um de 3,94%, em 25 de junho, e outro de 6%, em 16 de julho. Os novos preços ajudaram a estatal a reduzir a defasagem dos valores em relação ao produto importado, mas ainda insuficientes para eliminar o prejuízo nas operações de abastecimento. No terceiro trimestre, beneficiada pelos novos preços, a Petrobras voltou a registrar lucro trimestral, de R$ 5,657 bilhões. Ainda distante, no entanto, do lucro de mais de R$ 10 bilhões apurado por trimestre entre outubro de 2010 e junho de 2011. A pressão da diretoria da Petrobras sobre o governo federal permaneceu e, no final de janeiro deste ano, a empresa anunciou novo reajuste, de 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel. O efeito desses reajustes será registrado no balanço deste primeiro trimestre. Além da situação deficitária na área de abastecimento, o ano de 2012 foi difícil para a estatal em termos de produção. A companhia registrou queda de produção de petróleo em território nacional, a primeira desde 2004, e os custos de extração continuaram em trajetória ascendente. A favor da empresa pesou o aumento da produção de gás natural, alavancada pela produção na Bacia de Santos.

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