quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Discurso de Miki Breier expõe racha entre PSB e governo petista do peremptório Tarso Genro


Um dia depois de o governador Tarso Genro ter pedido "unidade" aos aliados, o discurso do deputado estadual Miki Breier (PSB) na tarde desta terça-feira, na tribuna da Assembléia, cristalizou o racha entre o PT e o PSB no Estado do Rio Grande do Sul. O motivo da crise são as declarações de um influente petista do núcleo do governo, que atribuiu ao ex-secretário de Infraestrutura, Beto Albuquerque (PSB), a responsabilidade por atrasos em relação à construção da ERS-010. Em protesto, Miki classificou o episódio como um ato de "deslealdade" e "irresponsabilidade", emendando fortes críticas ao PT. "Um governo sério e transparente não pode dar guarida para esse tipo de coisa. Tenho convicção de que setores do PT atrapalham o governo", destacou Miki, repassando aos petistas a responsabilidade pelo não andamento da obra rodoviária entre Porto Alegre e Sapiranga, considerada fundamental para desafogar a BR-116. "Se dependesse do PSB, essa obra já estaria em andamento há dois anos. Nós e todos os prefeitos éramos favoráveis à proposta original feita no governo Yeda Crusius", afirmou o deputado socialista. O parlamentar do PSB aprofundou as críticas ao dizer que "burocratas sem voto" atuam junto ao governador Tarso Genro para inviabilizar a construção da ERS-010. Ele disse que as resistências são políticas, por se tratar de um estudo elaborado por um governo do PSDB. Miki também não poupou o peremptório petista Tarso Genro, indicando que ele está sendo conivente com petistas que estariam fazendo declarações para desgastar o PSB. Com tamanha tensão, lideranças do PSB estabelecem o final de 2013 como prazo máximo para deixar o governo Tarso Genro, que tem como vice Beto Grill (PSB). Agora, os socialistas devem se concentrar na preparação de Eduardo Campos (PSB-PT) à Presidência em 2014. No Rio Grande do Sul, eles terão de montar um palanque competitivo para o atual governador de Pernambuco, que deverá enfrentar Dilma Rousseff (PT). Uma das avaliações dos líderes do PSB é de que o processo de fritura iniciado pelo Piratini foi parte de uma estratégia para enfraquecer o partido, que já vinha arquitetando o desejo de se desvincular do PT em 2014. Com o racha, o deputado federal Beto Albuquerque não deverá mais concorrer ao Senado na chapa de Tarso Genro.

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