segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Crea gaúcho apresenta resultado de vistoria na assassina boate Kiss e fala em "série de erros"


A conclusão de um relatório elaborado por especialistas do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RS) atribuiu a tragédia que matou até agora 237 jovens na assassina boate Kiss, em Santa Maria, a uma série de erros tanto na falta de prevenção quanto na legislação recheada de normas imprecisas. O resultado indica que duas causas fundamentais para a ocorrência do incêndio: a combinação do uso de material de revestimento acústico inflamável, exposto na zona do palco, associada à realização de show com componentes pirotécnicos. Segundo a equipe, a propagação do fogo foi fundamentalmente influenciada pela falha de funcionamento dos extintores próximos ao palco, que poderiam ter extinguido o foco inicial. As deficiências nas saídas de emergência dificultaram a evacuação do local e ampliaram o número de vítimas. A superlotação aliada às características inadequadas do casa noturna em termos de sinalização, tamanho e localização das saídas de emergência, também contribuíram para a tragédia. O relatório apresentado nesta segunda-feira também ressaltou que, no caso da boate Kiss, não há registro de que os proprietários tenham contratado um profissional para elaborar o Plano de Prevenção Contra Incêndio (Pcci), que assinasse como responsável técnico. Ainda segundo o parecer, provavelmente os sócios da boate se aproveitaram das facilidades do Sistema Integrado de Gestão de Prevenção de Incêndio - sistema (Sigpi) -, que tem o objetivo de agilizar a emissão de alvarás, para gerar um PCCI sem que fossem cumpridas todas as normas legais. O coordenador da comissão do Crea-rs, Luiz Carlos Filho, atribuiu a tragédia a uma série de erros tanto na prevenção quanto defeitos sistêmicos de legislação e de normas imprecisas. Ele defende que grande parte do sentimento de segurança que existia no Brasil é pelo sucesso das medidas adotas na década de 1970 quando ocorreram grandes incêndios no País.

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