quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Aterros podem gerar energia para 1,5 milhão de pessoas


Os aterros sanitários brasileiros possuem um potencial energético suficiente para gerar eletricidade a 1,5 milhão de pessoas. São 280 megawatts (MW) que podem ser produzidos a partir do aproveitamento do biogás, o metano obtido por meio da decomposição do lixo. A conclusão é do "Atlas Brasileiro de Emissões de GEE (gases de efeito estufa) e Potencial Energético na Destinação de Resíduos Sólidos", um estudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), lançado nesta quinta-feira no Rio de Janeiro. A Abnrelpe é o sindicato do cartel das empresas de lixo brasileiras, um setor atrasado que defende os jurássicos aterros sanitários poluidores e comprometedores do subsolo e dos mananciais aquíferos. Lixo é energia. Cada três toneladas de lixo queimadas podem geral um megawatt de energia. Naturalmente, a Abrelpe cartelista defensora dos jurássicos aterros sanitários diz que o potencial energético derivado da captura do gás metano para transformação em energia necessitará investimento de quase R$ 1 bilhão, segundo o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho. A estimativa foi feita com base no custo de US$ 5 milhões (R$ 9,87 milhões) para instalação de uma planta média, com capacidade de geração de 3MW. "Um dos objetivos desse atlas é estimular que os negócios do setor sejam desenvolvidos. A ideia é incentivar tanto o investidor a implantar e operar a geração de energia, como também incentivar os órgãos de governo a estimular essa energia a partir do lixo, como foram estimuladas outras fontes de energia, como a eólica". O estudo, realizado com apoio da EPA (Environmental Protection Agency, a agência ambiental dos Estados Unidos) e da Global Methane Initiative, mostra o potencial de aproveitamento do lixo no Brasil, que em 2011 gerou 198 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia. São 62 milhões de toneladas ao ano, das quais 11% não chegam sequer a ser coletadas. E outros 41% (75 mil toneladas diárias) ainda têm destinação inadequada, indo parar em lixões ou aterros sem condições seguras de proteção ao meio ambiente. A Abrelpe mapeou todos os 46 projetos brasileiros de redução de emissões de GEE com registro na ONU e constatou que 22 deles prevêem o aproveitamento energético do biogás. Desse total, apenas dois aterros de São Paulo já produzem eletricidade: o São João, na zona leste da capital paulista, e o Bandeirantes, fechado em 2007, que chegou a receber metade de todo o lixo produzido na capital e possui 40 milhões de toneladas de lixo enterradas - o suficiente para fornecer energia elétrica para 300 mil pessoas. O que a Abrelpe não diz é que os jurássicos aterros estão sendo também totalmente cartelizados no Brasil. E que estes aterros são a base de corrupão de todas as licitações de lixo promovidas pelas prefeituras de municípios de todos os portes (grandes, médios e pequenos). Estas empresas, por dominarem o destino final do lixo, e por terem o poder de dar carta de atendimento do serviço aos licitantes, determinam quem vai ganhar cada licitação, como aconteceu, recentemente, no município de Estância Velha, no Rio Grande do Sul. Além disso, recebem verdadeira fortuna por tonelada destinada ao aterro sanitário. No Rio Grande do Sul, a Revita, do grupo Solvi, dona do maior aterro sanitário licenciado do Estado, localizado em Minas do Leão (pertencia antes à SIL), e que recebe o lixo de mais de 150 municípios gaúchos, está agora promovendo uma forçada revisão de preços cobrados das prefeituras por tonelada destinada às suas valas. Hoje já está cobrando mais de 100 reais por tonelada. No caso de uma usina de queima de lixo, o custo para destinação final do lixo seria muito mais barato, porque a empresa dona da usina ganharia mesmo é na produção de energia elétrica. Cada tonelada destinada poderia custar no máximo 10 reais para cada prefeitura. Essa é a real. Só otários podem acreditar na conversa mole da Abrelpe. Mas, parece que no Brasil só há otários.

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