segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia de Santa Maria – Suspeita de adulteração de provas levou polícia a pedir prisões


O empresário Mauro Hoffmann, um dos proprietários da boate Kiss, também dono da boate Absintho (em Santa Maria), que estava foragido, se entregou à polícia na tarde desta segunda-feira. Ele foi à delegacia de Polícia de Santa Maria para prestar depoimento e esclarecimentos ao delegado Marcelo Arigony. Marcelo Hoffman tinha a prisão preventiva decretada desde domingo. Mais cedo, já haviam sido presas outras três pessoas investigadas pelo incêndio que deixou 231 jovens mortos. Logo após a chegada de Marcelo Hoffmann, o advogado criminalista Mario Cipriane compareceu ao local. Segundo o advogado, o empresário estava sumido porque estaria enfrentando problemas de saúde devido à inalação de fumaça tóxica. Além de Marcelo Hoffmann, foram detidos outro sócio da boate Kiss, Elissandro Sphor, conhecido como Kiko, filho do bilionário Spohr, dono do grupo BG (das lojas BG Pneus), o vocalista da banda Gurazida Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e Luciano Bonila, que cuida da montagem do palco. A suspeita de que os donos da boate Kiss e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira adulteraram provas levou a Polícia Civil a pedir a prisão dos quatro envolvidos na tragédia. De acordo com a promotora Waleska Agostini, durante os depoimentos de testemunhas colhidos pelo polícia surgiram relatos de que os proprietários da casa, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, teriam dado ordens para mexer nas imagens colhidas pelas câmeras do circuito interno e na caixa registradora. As imagens poderiam indicar, por exemplo, se os seguranças da casa realmente impediram a saída dos clientes quando começou o fogo. A caixa registradora mostraria quantas pessoas de fato estavam no local. A capacidade era de mil lugares, mas há suspeita de superlotação. Os dois integrantes da banda presos também teriam poder para adulterar provas. Segundo a promotora, era Marcelo quem dava a ordem para Luciano disparar o artefato pirotécnico que deu origem ao incêndio. As prisões foram decretadas pelo juiz de plantão, Régis Bertolini, ainda no domingo, e valem por cinco dias, podendo ser renovadas por outros cinco. “Inicialmente o crime seria homicídio culposo (sem intenção). Mas se surgirem provas de que houve omissão podemos mudar para dolo (intenção) eventual”, disse o promotor Joel Oliveira Dutra, que também acompanha o caso.

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